Os perigos da concentração de seres humanos em volta das
grandes cidades
Experiência realizada há
aproximadamente 15 anos com ratos, s.m.j., no Canadá, mostrou, e o objetivo era
checar isso, o quanto a concentração intensiva de pessoas num espaço interfere
no estado emocional das mesmas.
O
experimento consistiu basicamente no seguinte:
- Um casal
de ratos foi colocado numa caixa dentro da qual não tinha como sair e foi sendo
alimentado. Os ratos são muito fecundos, têm grande proliferação em pouco
tempo. Assim, rapidamente, a caixa estava com superpopulação destes roedores.
Na medida que a densidade populacional dentro daquela caixa foi crescendo, os
ratos começaram a mostrar os primeiros sinais de nervosismo, de estresse. Num
segundo passo tornaram-se mais agressivos, para, logo a seguir, ficarem violentos
e passarem à antropofagia. Isto é, passaram a se entredevorar.
No Brasil
nos últimos 50 anos – e foi uma das mais destacadas obras da ditadura
implantada em 1964 – a população foi retirada do campo com mirabolantes
promessas nas cidades. Empregos e salários garantidos, contra o resultado
incerto da safra agrícola.
Tudo que
era visado com tais falácias, embora ocultado e negado, era a concentração de
fartura de mão de obra para atender, com salários vis, às necessidades das
grandes empresas, notadamente indústrias estrangeiras que aqui se instalariam
com generosos benefícios dos cofres públicos. Assim foram sendo criados e
engordados os cinturões de miséria à volta das já existentes metrópoles e de
outras grandes cidades.
Não havia a
menor preocupação com a poluição do ar, da água, da terra, das pessoas, ... sob
as barbas dos enérgicos e corajosos militares, que diante dos ditadores
econômicos viraram meros espectadores da desgraça alheia e sua também.
Tínhamos um
sem par de nascidos anencéfalos. O que tempos depois foi constatado e divulgado
como sendo, de fato, fruto da poluição sem controle.
Nesse
contexto foram crescendo em número, em população e em densidade demográfica as
vilas populares, os conjuntos habitacionais das Cohab e as favelas ao redor das
metrópoles, das cidades de médio porte e, por fim, de todas as áreas urbanas.
Primeiramente por gente tirada com a propaganda enganosa do campo e das cidades
menores, depois com as proles deles. Tudo em prol da fartura de mão de obra
abundante e ociosa, e por isto disposta a trabalhar por qualquer migalha. Inclusive,
sujeitando-se ao trabalho semiescravo e escravo.
Assim,
esses brasileiros iludidos, também tendo cada vez menor espaço para se moverem,
foram se transformando de excluídos pela ditadura econômica em perturbados
emocionais, daí em dependentes do álcool, depois dependentes das chamadas
drogas ilícitas, em trabalhadores do tráfico, ... em brigões, em violentos, em
criminosos, ...
Acrescente-se
a isto a violência mostrada pela televisão desde a programação infantil. São
desenhos animados fartos de violência, de “bullying”; são filmes e novelas
repletos de violência, de brigas, assédio sexual, físico e moral, de crimes, de
contravenções, de desrespeito entre as pessoas e às leis, etc. e etc.
Enganam-se
todos aqueles que creem que a violência seja passível de eliminação ou, na pior
das hipóteses, de significativa mitigação, atenuação.
Mantidos os
princípios – e que princípios! – em meio aos quais vivemos, onde as pessoas são
tratadas tão-somente como objetos que dão lucro e onde a mídia tem total
liberdade de mostrar tudo aquilo que convém aos interesses da ditadura
econômica em nome da qual fala, sem nenhum controle, sem nenhuma preocupação
com a repercussão do que veicula, desculpem, a violência e a criminalidade não
cessarão. Contrate-se mais e mais policiais, construa-se mais e mais presídios,
aparelhe-se mais e melhor o aparato repressor, investigativo e julgador, aplique-se
mais e maiores penalidades, a violência e a criminalidade, no máximo, darão
tímidos passinhos para trás.
Para
efetivamente reduzirmos a violência e a criminalidade há que, urgentemente,
mudar-se e mudar-se radicalmente toda a estrutura político-econômica,
educacional e midiática.
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