segunda-feira, 30 de julho de 2012

MESÁRIOS PROFISSIONAIS

Há muito tempo, volta e meia, a grande mídia esportiva fala que a arbitragem do futebol profissional masculino deveria ser profissionalizada. A principal alegação são as cifras astronômicas que rolam neste esporte.

Hoje estava, mais uma vez, sendo mostrada matéria na televisão em que era feito apelo para mesários voluntários para a eleição de outubro próximo. Diziam das vantagens (e que vantagens!) que o mesário teria, como por exemplo, tíquete refeição.

Fiquei pensando...

Há poucos dias foi veiculada a soma dos valores declarados para propaganda pelos candidatos a prefeito de Porto Alegre: mais de 30 milhões de reais.

Creio que apenas os valores declarados à justiça eleitoral já seriam o suficiente, tomadas as mesmas argumentações relativas à arbitragem do futebol, para que os mesários das eleições fossem regiamente bem pagos. Se acrescentarmos aí as cifras saídas dos caixas-2 do grande empresariado para as campanhas eleitorais, não existem razões para questionarmos a profissionalização dos mesários.

Mas, afinal, por que num negócio com importâncias tão grandiosas como as envolvidas nas eleições, os trabalhadores mais importantes, os mesários, são amadores?

Não encontrando respostas, abaixo os mesários amadores.

terça-feira, 3 de julho de 2012

AS CELEBRIDADES e suas fortunas

É comum serem veiculadas reportagens sobre o patrimônio dos famosos, mormente, artistas, cantores, modelos e jogadores.

É chato, é óbvio, até ululante. Mas, a responsável por riquezas, pobrezas e misérias é a lei da oferta e da procura... convenientemente manipulada.

Tenho, porém, comiseração dela, afinal ela sequer tem um número, um código, uma especificação. Todos a invocam, inclusive eu. Todos usam-na mas, apenas alguns pouquíssimos tiram dela largas vantagens. Justamente os manipuladores e seus representados.

Enquanto marias e zés são endeusados e mostrados à exaustão na grande mídia pelos formadores de opinião 'enjabados' por seus produtores e representantes, centenas, quiçá milhares de talentos tão ou mais fantásticos e espetaculares são simplesmente ignorados, mantidos longe da vitrine da grande mídia. Não recebem reais oportunidades para mostrarem suas artes.

Se todos aqueles e aquelas com talento artístico-cultural fossem mostrados, tivessem oportunidades iguais, por certo, nossa música, nosso cinema, nosso teatro, nossa literatura,... mostrariam muito maior diversidade, seriam muito mais representativos da expressão cultural natural de toda a sociedade. A população teria mais opções e opções mais baratas, logo, muito mais gente frequentaria cinemas, teatros, espetáculos musicais, livrarias e bibliotecas.

Contudo, a concentração de riqueza nas mãos de pouquíssimos não aconteceria. Não assistiríamos a reportagens sobre as fortunas de cantores, artistas, jogadores, modelos,... Nem sobre sua decadência.

Quantos talentos são sacrificados para que alguns possam estar por toda parte! Quantas Ivetes, Cláudias, Leonardos, Chicos, Miltons, Giseles, Fernandas, Tarcísios, etc e etc, são deixados no anonimato para que alguns poucos possam imperar?

É sempre a mesma coisa: muitos são os chamados mas, poucos são os escolhidos. E nem sempre os mais virtuosos são os escolhidos.

terça-feira, 6 de março de 2012

08 DE MARÇO: para prestar homenagens e refletir sobre a cultura da violência

A lei Maria da Penha poderia ser oportuníssima se não houvesse a permanente difusão da violência.

A mídia propaga a violência quando faz, e como faz, propaganda de bebida alcoólica, quando apresenta programas infantis onde as cenas de violência se repetem segundo a segundo, quando mostra filmes, novelas, ...onde a violência é apresentada com fartura.

Ah, esqueci "a mídia só mostra aquilo que acontece no dia a dia".

Que grande balela!

Porque não dizem que empresa alguma gastaria milhões em propaganda se isto não implicasse em vender mais, logo, não subestimem a inteligência do povo, pois sabemos muito bem que tudo que é mostrado à exaustão, mesmo que reflita os acontecimentos rotineiros da sociedade, acaba por estimular outras pessoas a terem atitudes e comportamento semelhantes aos que a mídia veiculou.

Certamente não é mera coincidência que acontecimentos que têm grande cobertura midiática, como aquele que vitimou a menina Eloá de Santo André, acabam se multiplicando nos dias e semanas que sucedem-nos.

Para que a violência contra crianças, negros, homossexuais, idosos e mulheres acabe é preciso acabar com a violência. Pois enquanto existir violência haverá violência contra essas pessoas. E enquanto a mídia, em especial a tevê, continuar a veicular propaganda de bebida alcoólica e cenas de violência, continuaremos a lamentar a violência, a violência cada vez maior.

A lei Maria da Penha é mais um instrumento, apenas mais um, para ajudar a acabar com a violência mas, se o Estado não acabar com a veiculação da violência, a cultura da violência continuará e a sociedade continuará a chorar suas vítimas.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

OS DESASTRES DA NATUREZA mas, com a imperiosa ajuda de inconsequentes seres humanos

Há pouco menos de um ano, quando do desastre que afetou o Japão, e dias antes a cidade de São Lourenço do Sul/RS havia sido arrasada por enchente repentina sem que tivesse chovido, eu publiquei um comentário aqui que reproduzo parcialmente agora:

Penso que, antes de se exigir das autoridades um melhor equipamento e maiores investimentos nas equipes da Defesa Civil, seria necessário exigir que as autoridades constituídas inspecionassem, metro a metro, toda superfície territorial brasileira, especialmente, onde há aglomerações humanas, para destruírem todas as obstruções que os animais racionais tenham construído em qualquer curso de água. E, obviamente, punir exemplarmente os responsáveis. E, quanto às barragens que servem para abastecer a população e produzir energia elétrica, que se faça em épocas de chuva um manejo inteligente, pois, é melhor haver racionamento de água e energia do que, ano após ano, contarmos o número de seres iguais a nós que morrem por causa destes gerenciamentos que visam apenas e tão-somente o lucro. Se não houver outro jeito que se mudem as pessoas para locais seguros, certamente, o mais indicado e barato.

No caso do Sergipe/2010, São Paulo, todo ano, São Lourenço do Sul/2011 e outros assemelhados, talvez fosse de bom tom que os prejudicados acionassem o Ministério Público para que este averigúe as verdadeiras causas das tragédias de que foram vítimas. Apenas atribuir tais desgraças ao excesso de chuva, para mim, é conversa para fazer boi manso dormir.

Acrescentemos agora, 2012, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro que também vem sofrendo ano após ano.

Urge, repetindo, que nós, auto-intitulados animais racionais, paremos de construir arapucas e armadilhas de todo tipo para nós mesmos.

Urge, ainda, que o Estado cumpra a lei e mande destruir todos os represamentos de cursos de água ilegais e mal construídos, desde pequenas taipas até grandes represas. Quantos dentre os desastres da natureza noticiados, apenas os noticiados, nos últimos 10 anos tiveram na origem açudes, represas, barragens, que estouraram? Ou seja, foram mal construídas, e/ou mal conservadas, e/ou mal administradas, ou tudo junto. E na sua origem mal localizadas e nas barbas das autoridades competentes.

Por certo, a destruição de todas as barragens feitas próximas de aglomerados humanos evitará futuros desastres com os quais, rotineiramente, em épocas de chuvas, o povo brasileiro tem que conviver. Ou, então, que se mude esses seres humanos para locais seguros, para moradias dignas e seguras.

Saúde e felicidade.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

VANDALISMO, TEMERIDADE & AFRONTA AO BOM SENSO

Assistindo noticiário sobre as pichações em Porto Alegre e o quanto a Prefeitura Municipal gasta com sua restauração, eu que circulo pela cidade e observo o que está à minha volta, descobri o porquê de não acabarem com este tipo de vandalismo: R$ 7 milhões anuais.

Que material de limpeza, tintas e mão de obra caras!

Em outra matéria televisiva o poder de superação foi enaltecido. Falavam de um "skatista" que em suas manobras - em via pública (o que não foi dito) - sofreu sério acidente. Os médicos lhe deram 5% de chances de recuperação.

Entrevistaram o senhor, quase sessentão, e ele disse, entre outras coisas: "...eu estava a cerca de 130 km/h (no skate) quando bati num carro..."

Para mim tudo mais passa a ser secundário, de menor importância. Carro a esta velocidade, mesmo em rodovia, se bater em alguém ou for parado pelos agentes de trânsito, o motorista tem sua punição clamada pela mídia. Com toda razão.

Que eu saiba as vias públicas ainda não são preferenciais para divertimentos, para manobras de "skatistas".

Quem já não se viu, dirigindo seu veículo, em apuros por causa de um imprudente e inconsequente "skatista"? Muitas vezes na hora do pico!

Tanto num como noutro caso, algo está mal contado.