segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A VIA DA FELICIDADE NÃO É A COSMÉTICA MAS, SIM, A ÉTICA

Artifícios de linguagem, quase sempre empregados de modo autoritário, tipo, a última palavra é sempre a minha, quem diz o que é certo ou errado sou sempre eu e, invariável e obviamente, o certo sempre sou eu, formam a cosmética do comportamento de muitos e muitos seres humanos.

A ética, como a descreveu, há algum tempo, Aristóteles, é a conjugação do irracional (excelência moral) e do racional (excelência intelectual).

Grosso modo, a excelência moral relaciona-se com sentimentos/emoções. É o lado intuitivo do ser humano. Para alcançá-la é preciso o meio termo, a medida exata para obter o equilíbrio. A excelência intelectual refere-se a todas as áreas que envolvem razão (ciências, técnica, sabedoria filosófica).

A ausência de uma dessas partes impede que alcancemos o bem maior, tornando a alma deficiente, pequena.

Para o sábio grego a justiça, como resumo da parte irracional e racional, é a excelência moral perfeita, é a prática efetiva da excelência moral. De modo que, ao praticarmos um ato justo, deliberadamente, temos a excelência moral como um todo.

Este deveria ser o fim, o objetivo a alcançar, de cada ser humano.

Contrário senso, quando praticamos atos carentes de justiça nos afastamos da excelência moral. Ou seja, quando apenas conseguimos ver e agir em conformidade com nossos interesses pessoais ou de grupo, não estamos praticando atos de excelência moral, logo, estamos agindo sem ética. Isto vale para todos que estão alinhados a religiões, partidos políticos, clubes, associações, ...

Particularmente sempre procuro agir de modo justo, nem acusando e nem defendendo um lado apenas e sempre, independentemente, do que faça. Todavia, a injustiça histórica praticada contra a maioria absoluta da população mundial vem sempre do mesmo lado. Aí não tem jeito, haverei de criticar intensa e continuadamente, até a mudança efetiva e duradoura, ou até a morte me levar, àqueles que são os grandes causadores e aproveitadores do sistema espoliativo universal, que drena o suor da maioria para não mais que 0,027% da população mundial. Estes os donos do grande poder econômico e que somam não mais de 200 mil famílias em todo mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CARREGAR ÁGUA COM BALAIO

Quando eu falo/escrevo sobre a questão político-econômica não tenho a ilusão que um dia, ao menos não nas próximas gerações, vamos de fato viver num mundo civilizado, logo, justo. Onde exista justiça sócio-econômica, o que exclui totalmente toda a exploração com que a humanidade convive. Sem esta justiça jamais teremos uma convivência civilizada entre os seres humanos.

O Presidente Getúlio Vargas, indagado sobre a sua deposição em 1945 teria falado em “cansaço” e “enjoamento”, dizendo-se convencido de que não conseguiria realizar suas obras em favor dos pobres. Teria dito, ainda, que perdera tempo “carregando água em cesto”.

Pois é, as forças terríveis referidas pelo Presidente Jânio Quadros quando da sua deposição, também agiram na derrubada dos presidentes Vargas, Jango e Collor de Mello, criticam e acusam os governos petistas (o que me leva a acreditar que estão, no mínimo, tendo menos vantagens hoje que ontem) e comandaram os 21 anos da ditadura cívico-militar instalada em 1964. Tais forças terríveis nada mais e nada menos são do que os donos do grande poder econômico.

Eu não alimento a menor ilusão de que a população explorada, seja enquanto força de trabalho, seja como consumidora, um dia conseguirá estabelecer um gerenciamento do coletivo (governo) capaz de praticar a justiça sócio-econômica de que a humanidade está tão carente, sem intrigas, sem acusações, nem favorecimentos (corrupção), sem excluídos (o que implica geração de oportunidades de trabalho para todos), sem desemprego e sem miséria, sem interesses gananciosos de espécie alguma. E por isto a expressão “perder tempo carregando água em cestos” é oportuníssima frente àqueles que, mesmo com alguma ou bastante razão, acusam ou defendem este ou aquele governo com unhas e dentes.

Os políticos são apenas um mal necessário para que a população explorada não caia em total desesperança e assim acabe cometendo ainda maiores atrocidades do que aquelas de autoria do chamado crime organizado e em maior quantidade com muito mais gente praticando-as. Quem sabe com alvos mais específicos.

Movimentos populares (se é que realmente têm origem na população prejudicada pelo “status quo”) como aqueles dos países Árabes, esses da Europa e dos EUA e os que ocorrem no Brasil são apenas artimanhas para “mudar sem mudar”, isto é, sem mexer na estrutura que produz muitos excluídos e pouquíssimos apaniguados, como foi a redemocratização brasileira de 1985.

Não duvido das melhores intenções dos petistas fundadores e históricos, nem dos novatos, da mesma maneira que não duvido de outros figurões, como Covas, Fhc, Serra, Brizola, Simon, ... mas, o que fazem é “carregar água em cesto”.

Estes, como qualquer outro ser humano que age com as melhores intenções, ao se darem conta que nada alcançarão de melhor e duradouro para termos uma sociedade civilizada, por certo, mesmo que só parcialmente, acabam se rendendo aos perniciosos interesses da ganância que manobra a economia e a vida sobre a face da terra.

Os políticos são apenas um mal necessário para que os exploradores – os donos do grande poder econômico, os grandes e megaempresários – possam ter a sua vida facilitada, possam ter legalizada e apoiada em leis e decisões do judiciário a manutenção de toda a exploração que praticam contra a população chamada e não escolhida.