quinta-feira, 23 de abril de 2015

CERCAMENTO DO PARQUE DA REDENÇÃO

Você que mora em alguma cidade do Brasil ou algum núcleo urbano do Brasil, pode me dizer quantas casas com pátio não têm cerca, muro, grade, ou, qualquer forma de proteção? Quantos edifícios ou condomínios não têm nenhum tipo de cercamento, nem guarda?             


Certamente você terá dificuldade em lembrar de algum imóvel nestas condições. Talvez nem existam.
  
Mas, você sabe e eu sei. Mesmo com toda proteção, mesmo com as cercas mais resistentes e fechadas, com guarda e/ou com cerca elétrica ou eletrônica, aqueles que vivem atrás delas não estão imunes a assaltos, a roubos, a sequestros, ...

Por que, então, o cercamento de um parque com dezenas de hectares traria segurança aos seus frequentadores?

Algumas situações fáceis de serem imaginadas com o cercamento da Redenção:
1) A já escassa e insuficiente guarda ficará ainda mais reduzida;
2)  Com ainda menos guardas, mais fácil ficará fazer do Parque um esconderijo para armas, drogas e objetos de furto;
3)  As pessoas sentindo-se seguras pelo cercamento tenderão a ficarem mais despreocupadas, logo, mais sujeitas a serem vitimadas de ladrões;
4)  Com menos guardas, com alguns pontos de acesso para policiais em caso de chamada, mas com total liberdade para transpor a grade, cerca ou muro, a vida dos meliantes estará facilitada;
5)  Que altura será o cercamento da Redenção? Três metros? Cinco metros?
6)  Quantos edifícios têm paredes externas em andares altos pichadas?
7) Quem escala o 15º, o 23º andar de um edifício, terá dificuldades para passar por cima de uma cerca de cinco metros de altura? Claro que não!
8)  O que vai acontecer é o seguinte, vão assaltar o comércio e as pessoas na volta do Parque e vão refugiar-se lá dentro. Momentaneamente estarão mais seguros contra eventual reação da população e da caça policial. Com reduzida guarda lá dentro e com portões para acessá-lo, até a polícia chegar do lado de dentro do Parque o ladrão já terá saído pelo outro lado e, quem sabe, assaltado mais alguém.

Você que mora em área rural do Brasil, certamente, mesmo com cerca e monitoramento eletrônico também não está seguro dentro da sua casa.

O que me espanta é como tem gente que acredita neste tipo de engana bobo.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

REFORMA POLÍTICA, para quem e para quê?



Galbraith dizia que não se sentia à vontade para acreditar em opiniões econômicas de quem tem interesse próprio em jogo.

Nesta mesma linha eu não consigo acreditar em sinceridade de propósito de qualquer reforma proposta quando há uma certa unanimidade em torno dela.
               
 A atual e propalada reforma política, para mim, é apenas para inglês ver!

De ter lido ou de ter vivido não lembro de nenhuma situação em que houvesse larga veiculação e com amplos setores da sociedade, especialmente, o estrato social mais bem aquinhoado, a favor que tenha realmente sido proveitoso para o Erário e para a população em geral, exceto, é óbvio, para as elites detentoras do grande capital. Os representantes do grande poder econômico.

Normalmente tais propaladas reformas servem apenas para mudar sem mudar. Frase empregada por político quando era dirigente de um clube de futebol profissional.

Tais reformas jogam apenas areia nos olhos da população e nada mais!

Frequentemente ouvimos autoridades da segurança pública dizerem que o melhor combate ao tráfico de drogas é afetar a parte financeira dos traficantes.

Nesta mesma linha, acredito e defendo veementemente, que a melhor forma de inibir a ação de agentes públicos (os corruptos) – funcionários e políticos – e dos agentes privados (os corruptores) é a pulverização tanto das compras como das obras dos diversos governos – municipais, estaduais, distrital e federal. Ou seja, ao invés dos governos terem pequeno número de fornecedores e executores de obras, o que só facilita todas as manobras ilícitas e ilegais, que tenham um grande número deles.

A corrupção se estabelece na medida que todos cobiçam o dinheiro público. Quanto maior e mais fácil, melhor!
             
Há cerca de 4 anos tivemos denúncias e até prisões de empresários envolvidos com fraudes na merenda escolar. Havia uma empresa de SP que fornecia merenda em todo o Brasil. Isto é um verdadeiro absurdo.

Como é absurdo empreiteiras do Sul do país construindo no Norte e vice-versa.


Em suas licitações os governos é que devem dar as cartas!

Se o Erário privilegiar as empresas locais, com certeza, conseguirá preços menores.

Mas, isto também só dará resultados se houver a aplicação indiscriminada da legislação, independentemente, de quem sejam os infratores. Há que haver rigoroso controle para evitar “laranjas” e outros artifícios, além, claro, de punição rigorosa contra todos os eventuais transgressores.

Com isto, as obras públicas e as vendas aos governos deixarão de ser altamente lucrativas, logo, não mais será interessante bancar políticos nem campanhas eleitorais. Nem arriscar pagar propina.

Havendo efetiva condenação de agentes públicos corruptos, igualmente, deixará de ser atrativo aos mesmos facilitarem as coisas em troca de algum.

Implantar uma sistemática assim, certamente, mexerá com as abelhas que há 50 anos, pelo menos, estão acostumadas a usufruírem sozinhas dos cofres públicos. E elas usarão de toda sua influência histórica para reagirem e atacarem via grande mídia.

Logo, para moralizar as compras e as obras públicas urge que a lei de imprensa atual seja aplicada, doa a quem doer. E melhorias nela sejam implementadas.