A mesma grande mídia que noticia
amplamente e com grande alarde assassinatos de mulheres e de mulheres sob o
manto de medidas protetivas judiciais embasadas na lei Maria da Penha, pouco ou
nada fala quando os assassinos são presos e condenados. Ou estes nunca são
presos e condenados? Claro que não! E por que, então, isto não merece o mesmo destaque na
mídia em geral e na tevê em particular? Seria por que os responsáveis pelas
prisões e condenações são funcionários públicos ligados a governos que não têm
a simpatia da grande mídia? Ou por que esta lei foi sancionada por político que
não tem a simpatia da grande mídia?
Esta posição da grande mídia é muito
parecida com aquela que ela adota com governos que não lhe são totalmente
servis. Noticia, por exemplo, com enorme alarido problemas relacionados com
serviços públicos de responsabilidade de tais governos mas, omite a solução e o
porquê da solução, exceto quando a mesma está relacionada com a denúncia feita
por ela. Quando a solução ocorreu estritamente em função da denúncia midiática,
com grande destaque, a mídia que fez a denúncia do problema vai ao local e
apresenta reportagens e autoelogios aos montes.
Esta mesma posição está presente
quando a grande mídia repercute os números apresentados pelos chamados impostômetros e silencia sobre o sonegômetro dos Auditores da Receita
Federal que mostra o tamanho dos
impostos não recolhidos ao erário.
Não raro os profissionais da mídia que se consagram com a apresentação rotineira de tais situações acabam na política, como
vereadores, deputados, senadores, governadores, secretários, etc. Aí nada
ou quase nada daquilo que professavam e defendiam enquanto denunciantes midiáticos eles fazem.
Se a publicidade de supermercados e
de lojas de eletrodomésticos estimula as compras desnecessárias...
Se a divulgação de valores levados
em assaltos estimula os criminosos para sucessivos atos desta natureza...
Por que a grande divulgação de
assassinatos de mulheres não estimularia novos atentados contra à vida de
outras e mais outras mulheres?
O consumo de bebidas alcoólicas,
livremente divulgado na grande mídia, desde há muito sabe-se estar por traz da
violência doméstica e de outras violências e crimes. Mas, isto pouco ou nada é
repercutido na grande mídia.
Será que o chamado 4º poder, de
fato, não é o 1º? Aquele que, realmente determina aquilo que ele mesmo vai e
aquilo que ele mesmo não vai veicular?
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