Artifícios de linguagem, quase sempre empregados de modo autoritário, tipo, a última palavra é sempre a minha, quem diz o que é certo ou errado sou sempre eu e, invariável e obviamente, o certo sempre sou eu, formam a cosmética do comportamento de muitos e muitos seres humanos.
A ética, como a descreveu, há algum tempo, Aristóteles, é a conjugação do irracional (excelência moral) e do racional (excelência intelectual).
Grosso modo, a excelência moral relaciona-se com sentimentos/emoções. É o lado intuitivo do ser humano. Para alcançá-la é preciso o meio termo, a medida exata para obter o equilíbrio. A excelência intelectual refere-se a todas as áreas que envolvem razão (ciências, técnica, sabedoria filosófica).
A ausência de uma dessas partes impede que alcancemos o bem maior, tornando a alma deficiente, pequena.
Para o sábio grego a justiça, como resumo da parte irracional e racional, é a excelência moral perfeita, é a prática efetiva da excelência moral. De modo que, ao praticarmos um ato justo, deliberadamente, temos a excelência moral como um todo.
Este deveria ser o fim, o objetivo a alcançar, de cada ser humano.
Contrário senso, quando praticamos atos carentes de justiça nos afastamos da excelência moral. Ou seja, quando apenas conseguimos ver e agir em conformidade com nossos interesses pessoais ou de grupo, não estamos praticando atos de excelência moral, logo, estamos agindo sem ética. Isto vale para todos que estão alinhados a religiões, partidos políticos, clubes, associações, ...
Particularmente sempre procuro agir de modo justo, nem acusando e nem defendendo um lado apenas e sempre, independentemente, do que faça. Todavia, a injustiça histórica praticada contra a maioria absoluta da população mundial vem sempre do mesmo lado. Aí não tem jeito, haverei de criticar intensa e continuadamente, até a mudança efetiva e duradoura, ou até a morte me levar, àqueles que são os grandes causadores e aproveitadores do sistema espoliativo universal, que drena o suor da maioria para não mais que 0,027% da população mundial. Estes os donos do grande poder econômico e que somam não mais de 200 mil famílias em todo mundo.
Outro dia ouvi o Ferreira Gullar dizer "não quero estar certo, quero é ser feliz".
ResponderExcluirE eu sempre perguntei do porquê de ser frágil a égide a Justiça.
Irmano-me com teu modo de pensar.
Continue firme!
Abraços!