quarta-feira, 16 de junho de 2010

PROMESSAS ELEITORAIS, TELEVISÃO E NÓS!

Uma prática comum dos políticos são as promessas feitas encima dos anseios e das necessidades da população.
Prometem tudo, desde asfalto, postos de saúde, policiamento, escolas, hospitais, ... tudo que a população precisa para ter uma vida um pouco melhor. Prometem até mesmo aquilo que não fizeram quando ocuparam cargos nos quais tinham poder para tanto.
Certa feita, um candidato a prefeito prometeu colocar dois policiais em cada esquina, o que representaria oito soldados num cruzamento de duas vias.
Um candidato a deputado estadual prometeu acabar com os “pardais” nas vias públicas.
O cumprimento de nenhuma destas promessas estava nas mãos dos cargos que disputavam.
A programação televisiva de má qualidade, jorrando sangue em muitos programas, certamente, tem em vista os mesmos anseios populares.
Mostram os deficientes serviços públicos rotineiramente, com certeza, como forma de cativar, como espectador, o cidadão que é mal atendido.
Mostram crimes de toda ordem, e os apresentadores deitam falação, ora criticando, ora elogiando esse ou aquele político. Postam-se acima dos magistrados e vão condenando, modificando leis, etc. E o povo, desejoso, de segurança, aplaude e endeusa tudo que tais locutores dizem... qualquer um deles que se candidatar a cargo político tem grandes chances de eleger-se. Quantos já se elegeram atuando assim?
Durante cerca de um ano acompanhei um destes programas. Havia um canal aberto ao espectador, via torpedos. Enviei, creio que mais de 50 torpedos. Todos, em maior ou menor grau, contrariando a linha editorial do programa. Responderam a todos. Nenhum, todavia, foi veiculado...e olha, que muitos outros, talvez por falta de novos, eram repetidas vezes mostrados na tela da tevê. Mas, naqueles que eram mostrados havia uma coisa em comum: concordavam com o apresentador e a linha do programa.
Com o advento da “Internet” e a facilidade que isto trouxe para as pessoas manifestarem suas opiniões, seja em portais ou em seus próprios “blogs”, surgiu uma excelente oportunidade de vermos o quanto as pessoas, em geral, ao menos as que se manifestam, têm suas opiniões influenciadas com aquilo que é difundido por toda parte, seja na escola, na igreja, pelos políticos e, notadamente, pelos meios de comunicação de massa.
Tenho lido muitas pessoas criticando as atitudes dos políticos, entretanto, mostram em seus textos comportamento bastante parecido, muitas vezes, igual àquele que condenam nos chamados representantes do povo.

Abrindo um parênteses: tenho lido, também, muitas opiniões altamente qualificadas e que mostram absoluta coerência.

Ora, quem deseja, sinceramente, mudar as relações interpessoais não deveria ter atitudes melhores do que as que critica? Aquelas que todos criticamos?
Como vou condenar, por exemplo, um político que faz propaganda eleitoral intempestiva, se eu, nos meios de que disponho também o faço?
Eu tenho um princípio que trago de longe e que foi reforçado numa aula de direito, quando o professor disse “nem tudo que é legal é moral e nem tudo que é moral é legal”.
Para mim, diante de pessoas corretas, idôneas, sinceras,... e todas o são, até prova em contrário (que elas darão), vale muito mais a questão moral e ética do que a legal.
Em meio a isso tudo eu vou observando e vou pensando... Como mudar as relações humanas sem que haja uma profunda mudança no comportamento de cada cidadã e de cada cidadão? Sem que todos nós ajamos com civilidade e coerência?
A humanidade dispõe de conhecimentos mais que suficientes para tal e tem um veículo fantástico para humanizar as relações dos animais racionais.
Se criticamos a tevê pelas suas influências deletérias no comportamento das pessoas, é porque ela tem este poder.
Para humanizar a sociedade dos “homo sapiens” bastaria uma programação de tevê que valorizasse e difundisse bons modos, respeito, educação de qualidade,...coisas do bem!
Vou insistir numa coisa: em 2005 havia na televisão brasileira uma peça publicitária do Governo Federal que difundia bons modos, boa educação..., enfim, respeito. Infelizmente, como todo político, via de regra, tem uma sujeirinha debaixo do seu tapete, a oposição varreu para fora um pouco dela, surgiu o caso Mensalão que virou CPI que, com a retirada desta propaganda, virou pizza, que foi saboreada por estrelados e tucanos, em companhia de seus aliados.
Isto foi, para mim, uma prova inconteste do quanto interessa ao Grande Poder Econômico o desrespeito entre as pessoas. E a televisão cumpre o seu papel para manter a sua concessão e os seus patrocínios.
Saúde e felicidade.
JPMetz

2 comentários:

  1. O que eu "gosto" nas campanhas eleitorais, é q todos os candidatos tem soluções para todos os problemas. e todos são bem intencionados.

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