segunda-feira, 28 de março de 2011

A VIOLÊNCIA E A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Há muito tempo muito tem sido falado sobre a violência contra as mulheres.

Paremos e pensemos!

Se entre os seres humanos não houvesse violência, nem permanente incitação à mesma, haveria violência contra as mulheres?

Logicamente, não!

A violência, em geral, ocorre do fisicamente mais forte contra o mais fraco fisicamente. De pais – pai e mãe – contra filhos, marido contra esposa, colega de aula mais forte contra o mais fraco...

Ser fisicamente maior ou menor é da natureza, assim como o uso da força física é da natureza dos animais. O ser humano é um animal, todavia, dotado de racionalidade. De capacidade de observação e análise. O ser humano tem a capacidade de poder mudar de ideia. Porém, emocionalmente, o homo sapiens tem alguns dilemas que se mal conduzidos e/ou mal resolvidos podem levar, entre outros, à violência.

Por isto que tenho defendido, inclusive no meu livro, a necessidade de todas as emergências médicas, públicas e privadas, terem pelo menos um Psicólogo ou Psiquiatra de plantão 24 horas por dia, todos os dias.

Tenho certeza que parte significativa da violência em geral ocorre por duas razões elementares:
- a negação do sagrado direito à oportunidade de trabalho para parte expressiva da população (com clara manipulação da lei de mercado para que o bolo salarial seja indignamente baixo e os lucros absurdamente elevados); e,
- paralelamente, para evitar que os explorados tenham tempo e condições para refletirem e, quem sabe, se rebelarem contra a sua exploração, é preciso, permanentemente, incitar a modos torpes e doentios de viver, o que inclui incutir na cabeça das pessoas, subliminarmente, as vantagens, embora falsas, de consumir bebidas alcoólicas e não levar desaforo para casa.

Quem é incumbido deste papel é a mídia, especialmente, a televisão.

A programação da tevê não poupa nem os bebezinhos que são deixados em frente ao televisor por comodidade e/ou necessidade de quem sobre eles têm a responsabilidade de zelar. Assim, os desenhos animados mostram, repetidamente, enorme variedade de cenas de malandragem e violência. Tudo incutido, desde tenra idade, na mente das criancinhas para que, quando adultas façam as vontades do sistema mas, cônscias que o fazem por vontade própria e por terem direito a tal.

A propagação da violência não fica restrita aos desenhos animados e à programação infantil. Continua tempo afora se repetindo em filmes, novelas, noticiários que mostram a violência que ocorre e, pasmem, em peças publicitárias produzidas com muita sofisticação e conhecimento de como funciona a mente humana. Tudo para obter vantagens máximas em tudo.

Quantas peças publicitárias fazem clara apologia do “bullying” e da discriminação em geral?

Ainda agora temos uma peça da bom-bril, de profundo mau gosto, incitando àquilo que as mulheres tanto abominam e criticam nos homens.

Antes do dia das mães de 2010 foram colocados painéis em Porto Alegre, por um lacticínio, em que eram feitas comparações do seu produto, o leite, com as mães...como se elas fossem fábricas, objetos. Não ouvi nenhuma crítica pública.

Ora, numa sociedade em que, desde cedo, se aprende da forma mais hedionda a malandragem e a violência, como desejar que crianças, doentes, idosos e mulheres não sejam vítimas potenciais e factuais tanto da malandragem quanto da violência?

Temos, concomitantemente:
- televisão bradando contra esta violência e ensinando-a;
- sociedade condenando o alcoolismo e bebendo “socialmente”;
- pais e mães criticando a truculência policial e de professores e aplicando-a contra filhos, vizinhos, parentes, professores, colegas;
- Estado condenando infratores e omitindo-se frente à permanente reprodução e ensino de toda variedade de maldades, desde o tapa ao tiro fatal;
- mulheres gritando contra a violência que sofrem de seus homens e reproduzindo-a em seus filhos, seja com agressões, exemplos e exposição à violência disponível na mídia.

Enquanto a sociedade humana estiver dividida continuará aceitando a permanente reprodução e ensino da malandragem e da violência. Urge, pois, se realmente desejamos uma sociedade de convivência pacífica e harmoniosa que lutemos, conjuntamente, por um mesmo ideal. Ideal que inclua todos os seres humanos no processo produtivo e de consumo. Que todos tenham oportunidade de trabalho e vida digna, o que por si só reduzirá a violência a níveis insignificantes e de fácil controle e solução.

Há homens que são violentos apenas com a sua esposa. Nela descarregam toda gama de humilhações e discriminações que sofrem desta nossa sociedade doente e materialista. Outros, por conflitos variados, entregam-se ao vício – álcool – e aí viram valentões. Logo, é necessário ir na origem... que é tudo que não interessa ao sistema espoliativo, ao grande poder econômico.

A violência contra as mulheres é apenas uma parte da violência que, diuturnamente, é difundida e praticada pelos seres humanos. Acabar com ela significa acabar com a violência em geral e isto não interessa ao sistema que explora bilhões de pessoas no mundo em benefício de não mais de 200 mil famílias.

Saúde e felicidade.

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