sábado, 27 de março de 2010

A saúde mental e as prisões

O Brasil assistiu a semana toda o julgamento do casal Nardoni de São Paulo.

Finalmente o julgamento terminou e a condenação foi declarada.

Agora discute-se se a defesa vai entrar com recurso e quanto tempo essa moça e esse rapaz ficarão efetivamente cumprindo a pena imposta.

A ciência nos diz que ninguém em pleno juízo e em condições normais cometeria aquela barbaridade a eles imputada.

A sociedade parece que está satisfeita pois o casal foi condenado.

Entendo que todos quantos cometerem crimes, desta ou de outra ordem, devam pagar pelos seus erros. Isto é questão elementar.

É muito comum ouvirmos comentários que dizem que o sistema prisional não cumpre a sua função de recuperar as pessoas que cometeram crimes. E isso é uma verdade absoluta. Quem comete infração dessa monta, com certeza, tem algum tipo de distúrbio. Soltem esse casal daqui a 10 anos, 20 anos ou 30 anos, se não forem submetidos à criteriosa terapia, sairão de lá com os mesmos problemas de relacionamento, sejam quais forem. O que não significa que cometerão outro crime, mas questões como ciúme, agressividade, arrogância, etc. não se resolvem simplesmente isolando uma pessoa do convívio social. Aliás, se houvesse maior atenção com a saúde mental das pessoas, seguramente, não teríamos uma sociedade tão inquieta, tão violenta e tão facilmente manipulada pelos interesses econômicos. Esse casal certamente não teria cometido essa barbárie. Não teríamos tanta gente envolvida com dependências, seja do álcool, do tabaco, de outras drogas, do jogo e da comida.

É de doer vermos rotineiramente essa carnificina que nos circunda e talvez por isso situações como essa de São Paulo se transformem em clamor popular por condenação, pois em episódios como o do ex-governador do Distrito Federal a polícia baixa o cacetete nos manifestantes.

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