sexta-feira, 30 de maio de 2014

COPA DO MUNDO: o entulho do Beira Rio

O entulho à volta do estádio do Sport Club Internacional, segundo noticiado, passa de mil caçambas e para removê-lo o custo é de um milhão de reais.

Segundo veiculado pela mídia, a Prefeitura Municipal de Eldorado do Sul informa que o recolhimento do lixo largado nas vias públicas desta pequena cidade da grande Porto Alegre custa R$ 3.000.000,00 ao ano, isto é, pouco mais de R$ 8.000,00 por dia, contando os 365 dias do ano.

Compra-se uma caçamba de saibro com 11 metros cúbicos por menos de R$ 200,00. Disto deduzo que o custo operacional de uma caçamba - manutenção e depreciação, combustível e mão de obra - não passe de R$ 100,00 para fazer o serviço.

Com este custo, para transportar as 1.000 caçambas de entulho à volta do estádio da copa do mundo de Porto Alegre, gastar-se-ia R$ 100.000,00. Temos que considerar também o custo da pá carregadeira. Que seja igual ao da caçamba, R$ 100,00 para fazer cada carregamento. Teríamos um custo total para retirar esse entulho de R$ 200.000,00. E os outros R$ 800.000,00 para fechar a conta do milhão? 400% de lucro!?!?

Voltando ao lixo de Eldorado do Sul. Tomando por base os mesmos R$ 200,00 acima, a população desta cidade largaria o equivalente a 40 caçambas de lixo por dia nas vias públicas. Ou são muito relaxados, ou a coleta regular desta Prefeitura não existe, ou alguma coisa está errada nesta matemática.

Os preços dos serviços em geral quando envolvem grandes obras e dinheiro coletivo, seja ele estatal ou privado, ou quando há exigência de documento fiscal, costumam crescer avassaladoramente. Por que será???

Certamente temos nestas contas coisas como lucro abusivo, gorjetinhas aqui e acolá,... Até sonegação de impostos. Sim, o cliente exige documento fiscal e o prestador do serviço para inibir sua emissão bota o preço nas nuvens, no legítimo se colar colou. Se o cliente arrepiar com o preço com nota fiscal poderá deixar de exigi-lo, contribuindo, assim, com a generosa sonegação de impostos deste país, que é estimada mais ou menos assim, a cada real recolhido ao erário um vai para o caixa dois do empresário. Como os governantes são, por razões que não abordarei aqui, omissos na fiscalização, na medida que os sonegadores se veem livres da fiscalização ficam, também, livres para sonegarem à vontade, daí o Poder Público acaba por criar novos tributos e por aumentar as alíquotas dos existentes.


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