quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É POR DEBAIXO DOS PANOS QUE TUDO ACONTECE

Como canta Ney Matogrosso, é por debaixo dos panos que as coisas acontecem.

Já pensaram quanto custaria uma consulta médica particular, caso a Saúde Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria o seguro contra roubo de automóvel, caso a Segurança Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria a mensalidade da escola particular, caso a Escola Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria o pedágio nas rodovias privatizadas, caso o Poder Público nos desse vias alternativas de razoável qualidade?

Isso tudo com que convivemos não é obra APENAS desse ou daquele político, desse ou daquele partido ou desse ou daquele governo (ou governante).

Isso vem desde SEMPRE e é essa situação que tem se mantido imutável, independentemente, de pessoa ou facção política que ocupa o governo, que leva, inequivocamente, a buscarmos as causas dos DEFICIENTES SERVIÇOS PÚBLICOS fora da esfera, meramente, governamental.

Um exemplo disso é o que está em jornais, no dia de hoje, a respeito de um município catarinense: DEZ (10) pessoas sonegadoras de IPTU devem mais de DOZE (12) MILHÕES ao Erário Municipal. Certamente, não são pessoas que residem em bairros operários e nem pequenos e médios empresários.

É por isso que a mídia nos diz, rotineira e sistematicamente, que através do voto nós vamos aprimorar a democracia (que demagogia!) e que precisamos votar no melhor candidato, procurar nos informar sobre a sua vida pregressa e acompanhar sua vida parlamentar (e a de executivo?).

O que a mídia não pode dizer (igual às pessoas que nunca sabem nada para informar à polícia sobre crimes que viram) é a verdade, pois ela depende das pessoas influentes que fazem do erário público, do dinheiro do contribuinte, uma extensão do seu e bem mais extensa do que o seu dinheiro original e inicial.

Ao invés de pesquisarmos apenas a vida pregressa de cada candidato, por que não vamos também pesquisar a vida pregressa e a origem real das fortunas daqueles que sempre estiveram dando as cartas na esfera política, judiciária e econômica? E que são os mesmos que patrocinam a mídia e as campanhas eleitorais.

Já pensaram quanto o(s) particular(es) envolvido(s) com o juiz Lalau levou(aram)? Se o juiz levou quase 200 milhões, por certo, o(s) beneficiado(s) privado(s) ganhou muito mais.

Observem os valores anunciados, oficialmente, de qualquer obra pública, em qualquer governo, independentemente, do partido que esteja no poder. Depois façam um orçamento, provavelmente, verão que as mesmas podem custar muito menos, serem bem mais baratas, logo, daria para fazer mais e melhores obras com o mesmo dinheiro.

Recentemente foi mostrada na televisão uma escola pública construída no interior do RS que, após meio ano de funcionamento, estava toda escorada para não cair e foi interditada.

Vejamos, a reforma do Maracanã, que reduzirá sua lotação para menos de 50 mil pessoas, para a Copa de 2014, custará quase 800 milhões de reais, conforme divulgado... por enquanto.

A construção da Arena do Grêmio de Porto Alegre é anunciada por cerca de 400 milhões de reais, para mais de 50 mil torcedores.

A reforma do Beira Rio, do Inter, fora anunciada por 80 milhões de reais, mas quando surgiram informações que o Governo Federal decretaria isenções, passou a ser divulgado um montante de 130 milhões de reais.

Não parece que há algo errado nessas contas?

Onde tem particular construindo com dinheiro público, direto ou com isenções tributárias, tudo parece ser mais caro do que onde tem particular construindo com dinheiro particular e sem isenções.

Parece-me tudo tão estranho, ou eu estou equivocado?

Contudo, se pegarmos apenas o que é divulgado e pararmos para analisar, facilmente, veremos, enxergaremos e detectaremos que algo há, por debaixo dos panos que guardam os cofres públicos, que não pode aparecer, que não pode ser divulgado. Por que será?

Saúde e felicidade.

2 comentários:

  1. Meu camarada, texto ótimo, pertinente. Dá até um arrepio! Até quando essa triste realidade deve perdurar?
    Abraços.

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