sábado, 22 de maio de 2010

OS JOVENS E O IDEALISMO

Aproveitando a conversa que tive esta semana com um amigo meu, gostaria de fazer um alerta à juventude.
Este meu amigo foi colega de colégio de um camarada que depois virou político de relevância nacional e por fim foi dar assessoria a grandes corporações privadas.
Contou-me o meu amigo, pobre e honrado, que lá na adolescência, o futuro homem público já dizia que entraria para a política para cuidar dos seus interesses, ou seja, para locupletar-se e não para trabalhar pelo bem comum.
Ouvi certa vez de um consultor de recursos humanos que, quando abre vaga para gerente, por exemplo, quem assume a vaga é quem "já era gerente antes". Ou seja, aquele que, mesmo não sendo, tinha a postura exigida de gerente.
Sabemos que os jovens, em geral e por natureza, são mais idealistas, mais sonhadores, são mais sensíveis às injustiças.
As oportunidades de trabalho são calculadas na devida proporção para que a casta dominante, aqueles que chamo de magnatas e ricos no meu livro, não tenham um centavinho a menos do que desejam ter para manterem as suas vidas de ostentação e luxo.
As oportunidades de trabalho são calculadas para que o desemprego mantenha os salários nos níveis ultrabaixos e os ganhos que fomentam as fortunas dos magnatas nos níveis que conhecemos. Vale dizer que isto se chama de manipulação da lei de oferta e procura.
A despeito disso as vagas são preenchidas com aqueles que expressam, no seu dia a dia, atitudes que agradam e, portanto, interessam ao magnata.
Logo, dói-me muito dizê-lo, como dói ver jovens talentosos serem barrados porque os seus ideais não agradam aos interesses dos magnatas: ou sigam seus ideais e enfrentarão toda espécie de adversidades que o sistema espoliativo impõe àqueles que o contestam, ou fazem como o colega do meu amigo, cuidem dos seus interesses materiais. Pensem, todavia, nas horas de sono mal dormido que isto pode, eventualmente, acarretar, e, mesmo que todos tenham comportamento semelhante, ainda assim, haverá um obstáculo: muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos. Traduzindo, os magnatas e os ricos, condutores e usufrutuários do sistema espoliativo universal, concedem que muitos nasçam, contudo, permitem o sagrado direito à oportunidade de trabalho e vida digna a pouquíssimos. Pois só assim, conseguem manter a sua ostentação e o seu luxo. As suas babilônias econômicas.
Mesmo que você faça o jogo dos donos do poder não terá garantia de vida digna, em termos de satisfação das suas necessidades básicas.
Pense nisto!
Saúde, força e união.

6 comentários:

  1. Este é um dos fatores que me fazem ter crises existenciais. Onde me encaixar, como me encaixar, será que quero me encaixar, será que posso satisfazer minhas necessidades de auto - realização e de subsistência dentro deste sistema. Desisti de seguir carreira na minha formação em administração por algumas das questões levantadas no seu texto que percebi na prática.

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  2. Sempre adentrando em temas complexos e necessários...

    abraço!

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  3. Nooossaaa...estava justamente há pouco conversando com uma amiga sobre isso. Ela está muito triste e chorosa porque as pessoas ao redor dela (âmbito profissional) estão exigindo que ela se comporte como a anterior no cargo se comportava. Pois bem, eu disse, se ela é o benchmarking deveria ser modelada e procedimentada. Ela te passou o serviço? As boas práticas utilizadas por ela lhe foram passadas?
    Ela disse que não. Que estava tendo de se reinventar a cada momento e isso é muito difícil porque nada mais difícil que invertarmos a roda duas vezes, não acha? Estou um pouco reflexiva com a injustiça que ela me diz sofrer e fico achando que é isso mesmo...a comparação desanima quando não é construtiva. Cada um tem suas particuaridades e o que cada um tem de melhor deve ser trabalhado. Acho uma pena desperdiçarem isso!

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  4. Ola, gostei muito do seu blog e com certeza voltarei mais vezes, obrigada por sua visita e seja bem vindo sempre ao meu cantinho romântico.
    Beijos

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  5. como diz Juci, se ficar o bicho pega,e se correr o bicho come, temos que jogar.

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