quinta-feira, 2 de abril de 2015

REFORMA POLÍTICA, para quem e para quê?



Galbraith dizia que não se sentia à vontade para acreditar em opiniões econômicas de quem tem interesse próprio em jogo.

Nesta mesma linha eu não consigo acreditar em sinceridade de propósito de qualquer reforma proposta quando há uma certa unanimidade em torno dela.
               
 A atual e propalada reforma política, para mim, é apenas para inglês ver!

De ter lido ou de ter vivido não lembro de nenhuma situação em que houvesse larga veiculação e com amplos setores da sociedade, especialmente, o estrato social mais bem aquinhoado, a favor que tenha realmente sido proveitoso para o Erário e para a população em geral, exceto, é óbvio, para as elites detentoras do grande capital. Os representantes do grande poder econômico.

Normalmente tais propaladas reformas servem apenas para mudar sem mudar. Frase empregada por político quando era dirigente de um clube de futebol profissional.

Tais reformas jogam apenas areia nos olhos da população e nada mais!

Frequentemente ouvimos autoridades da segurança pública dizerem que o melhor combate ao tráfico de drogas é afetar a parte financeira dos traficantes.

Nesta mesma linha, acredito e defendo veementemente, que a melhor forma de inibir a ação de agentes públicos (os corruptos) – funcionários e políticos – e dos agentes privados (os corruptores) é a pulverização tanto das compras como das obras dos diversos governos – municipais, estaduais, distrital e federal. Ou seja, ao invés dos governos terem pequeno número de fornecedores e executores de obras, o que só facilita todas as manobras ilícitas e ilegais, que tenham um grande número deles.

A corrupção se estabelece na medida que todos cobiçam o dinheiro público. Quanto maior e mais fácil, melhor!
             
Há cerca de 4 anos tivemos denúncias e até prisões de empresários envolvidos com fraudes na merenda escolar. Havia uma empresa de SP que fornecia merenda em todo o Brasil. Isto é um verdadeiro absurdo.

Como é absurdo empreiteiras do Sul do país construindo no Norte e vice-versa.


Em suas licitações os governos é que devem dar as cartas!

Se o Erário privilegiar as empresas locais, com certeza, conseguirá preços menores.

Mas, isto também só dará resultados se houver a aplicação indiscriminada da legislação, independentemente, de quem sejam os infratores. Há que haver rigoroso controle para evitar “laranjas” e outros artifícios, além, claro, de punição rigorosa contra todos os eventuais transgressores.

Com isto, as obras públicas e as vendas aos governos deixarão de ser altamente lucrativas, logo, não mais será interessante bancar políticos nem campanhas eleitorais. Nem arriscar pagar propina.

Havendo efetiva condenação de agentes públicos corruptos, igualmente, deixará de ser atrativo aos mesmos facilitarem as coisas em troca de algum.

Implantar uma sistemática assim, certamente, mexerá com as abelhas que há 50 anos, pelo menos, estão acostumadas a usufruírem sozinhas dos cofres públicos. E elas usarão de toda sua influência histórica para reagirem e atacarem via grande mídia.

Logo, para moralizar as compras e as obras públicas urge que a lei de imprensa atual seja aplicada, doa a quem doer. E melhorias nela sejam implementadas.                              

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