segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A QUEM INTERESSA? A repetição de 1989...



Após a trágica morte de Eduardo Campos e mais 6 (seis) subalternos seus, além de inúmeros imóveis destruídos, pipocaram, principalmente na internet, suspeitas sobre o acidente lançadas sobre o PT. 

O que só hoje, 18/08/14, veio a público é que nos dias imediatamente seguintes, 14 e 15/08, já estava sendo feita pesquisa eleitoral em que Marina Silva substituía Eduardo Campos. 

Quanto respeito pelos mortos! Quanto respeito pelos familiares dos mortos! Ou quanto desejo de influenciar as eleições? Tudo em sentido contrário do que se apregoava em relação ao político Eduardo Campos, que era o novo. Mas, esta prática – a falta de respeito e faturar de qualquer modo - é bem antiga.

Na pesquisa, com claro foco eleitoreiro, visando influenciar o resultado das eleições, Maria Silva que hoje ainda não é candidata é tratada como substituta de Eduardo Campos e aparece como vencedora em eventual 2º turno. 

O mais engraçado, se antes não fosse lamentável, é que a simulação de 2º turno não foi feita entre Marina Silva e Aécio Neves, que na pesquisa de 1º turno estão empatados.

Esta pequena falha técnica, parece-me, mostra os verdadeiros interesses que estão por trás desta pesquisa.
 

Embora sem tragédia, menos ainda deste quilate, assim foi feito em 1989, após editorial do jornal o Globo que incitava a direita a apoiar um candidato e que foi lido dias seguidos em diversas redes nacionais de tevê, as pesquisas alavancaram Collor de Mello, até então com inexpressiva posição nas pesquisas, como candidato vitorioso daquela eleição.

Seria apenas de lamentar tamanho erro, tamanha prática antiga e sempre condenada –– se tudo isto não tivesse como único objetivo a retomada do Governo Federal e o fim das políticas contrárias aos interesses do grande poder econômico, e, por conseguinte, a volta daquelas que lhe beneficiam, quais sejam:

- a volta do desemprego aos patamares aceitos como ideais – 10 a 15%. Desde 2003 tem estado abaixo disto – 5 a 7%;

- a quebradeira de mais de 90% dos micro e pequenos empreendimentos antes de fechar o 1º ano. Atualmente mais de 70% chega pelo menos ao 2º ano;

- salário mínimo abaixo de 100 dólares – em 2002 era de US$ 80. Atualmente ao redor de US$ 300;

- a volta do arrocho salarial;

- a volta das barreiras aos micro e pequenos empreendedores para tomada de dinheiro em bancos públicos;

- a volta da total submissão aos interesses do grande capital internacional que, segundo o Professor Celso Brandt em artigo intitulado “A ALCA” diz, “Estima-se que Fernando Henrique Cardoso, por meio de juros superfaturados e da alienação de bens subfaturados, deu ao Brasil um prejuízo de mais de um trilhão de dólares.”
 

Estou aqui terminando este texto e pensando, até que ponto as insinuações da internet sobre a tragédia que vitimou Eduardo Campos não foram plantadas visando, exatamente, que os resultados da pesquisa que estava sendo elaborada fossem favoráveis aos interesses da retrógrada elitocracia - os donos do grande poder econômico?

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

DENSIDADE DEMOGRÁFICA I



Os perigos da concentração de seres humanos em volta das grandes cidades

Experiência realizada há aproximadamente 15 anos com ratos, s.m.j., no Canadá, mostrou, e o objetivo era checar isso, o quanto a concentração intensiva de pessoas num espaço interfere no estado emocional das mesmas.
         O experimento consistiu basicamente no seguinte:
         - Um casal de ratos foi colocado numa caixa dentro da qual não tinha como sair e foi sendo alimentado. Os ratos são muito fecundos, têm grande proliferação em pouco tempo. Assim, rapidamente, a caixa estava com superpopulação destes roedores. Na medida que a densidade populacional dentro daquela caixa foi crescendo, os ratos começaram a mostrar os primeiros sinais de nervosismo, de estresse. Num segundo passo tornaram-se mais agressivos, para, logo a seguir, ficarem violentos e passarem à antropofagia. Isto é, passaram a se entredevorar.
         No Brasil nos últimos 50 anos – e foi uma das mais destacadas obras da ditadura implantada em 1964 – a população foi retirada do campo com mirabolantes promessas nas cidades. Empregos e salários garantidos, contra o resultado incerto da safra agrícola.
         Tudo que era visado com tais falácias, embora ocultado e negado, era a concentração de fartura de mão de obra para atender, com salários vis, às necessidades das grandes empresas, notadamente indústrias estrangeiras que aqui se instalariam com generosos benefícios dos cofres públicos. Assim foram sendo criados e engordados os cinturões de miséria à volta das já existentes metrópoles e de outras grandes cidades.
         Não havia a menor preocupação com a poluição do ar, da água, da terra, das pessoas, ... sob as barbas dos enérgicos e corajosos militares, que diante dos ditadores econômicos viraram meros espectadores da desgraça alheia e sua também.
         Tínhamos um sem par de nascidos anencéfalos. O que tempos depois foi constatado e divulgado como sendo, de fato, fruto da poluição sem controle.
         Nesse contexto foram crescendo em número, em população e em densidade demográfica as vilas populares, os conjuntos habitacionais das Cohab e as favelas ao redor das metrópoles, das cidades de médio porte e, por fim, de todas as áreas urbanas. Primeiramente por gente tirada com a propaganda enganosa do campo e das cidades menores, depois com as proles deles. Tudo em prol da fartura de mão de obra abundante e ociosa, e por isto disposta a trabalhar por qualquer migalha. Inclusive, sujeitando-se ao trabalho semiescravo e escravo.
         Assim, esses brasileiros iludidos, também tendo cada vez menor espaço para se moverem, foram se transformando de excluídos pela ditadura econômica em perturbados emocionais, daí em dependentes do álcool, depois dependentes das chamadas drogas ilícitas, em trabalhadores do tráfico, ... em brigões, em violentos, em criminosos, ...
         Acrescente-se a isto a violência mostrada pela televisão desde a programação infantil. São desenhos animados fartos de violência, de “bullying”; são filmes e novelas repletos de violência, de brigas, assédio sexual, físico e moral, de crimes, de contravenções, de desrespeito entre as pessoas e às leis, etc. e etc.  
         Enganam-se todos aqueles que creem que a violência seja passível de eliminação ou, na pior das hipóteses, de significativa mitigação, atenuação.
         Mantidos os princípios – e que princípios! – em meio aos quais vivemos, onde as pessoas são tratadas tão-somente como objetos que dão lucro e onde a mídia tem total liberdade de mostrar tudo aquilo que convém aos interesses da ditadura econômica em nome da qual fala, sem nenhum controle, sem nenhuma preocupação com a repercussão do que veicula, desculpem, a violência e a criminalidade não cessarão. Contrate-se mais e mais policiais, construa-se mais e mais presídios, aparelhe-se mais e melhor o aparato repressor, investigativo e julgador, aplique-se mais e maiores penalidades, a violência e a criminalidade, no máximo, darão tímidos passinhos para trás.
         Para efetivamente reduzirmos a violência e a criminalidade há que, urgentemente, mudar-se e mudar-se radicalmente toda a estrutura político-econômica, educacional e midiática.

domingo, 10 de agosto de 2014

CUIDADO COM AS PANACEIAS MIDIÁTICAS


VOCÊ ACREDITA SER POSSÍVEL CONFIAR NA GRANDE MÍDIA?

Sempre que a grande mídia, sustentada pelo grande poder econômico, é bom ressaltar, insiste que insiste que alguma coisa seja, digamos, a salvação da lavoura, no mínimo acenda o seu desconfiômetro.

Vou apresentar quatro dessas panaceias midiáticas.

1ª) Sementes transgênicas de milho e soja;

2ª) Impostômetro;

3ª) Parcerias dos clubes profissionais de futebol;

4ª) Privatizações.

Quando foi para convencer, não só aos produtores rurais mas, à  sociedade como um todo e pressionar o recém empossado governo federal em 2003, a grande mídia dizia algumas preciosidades, como por exemplo:

1ª) Os transgênicos já eram consumidos há mais de 5 ou 10 anos. E não faziam nenhum mistério para dizerem que para o Brasil as sementes transgênicas já eram contrabandeadas há muito tempo;

2ª) Que os transgênicos resolveriam o problema da fome existente no mundo. Nessa época um representante da ONU disse, em entrevista, que a fome não era resultante da falta de produção de comida. Mas, isto não recebeu destaque na mídia. Particularmente eu observava uma situação engraçada. Se faltava comida, como ela aparecia na hora que alguém com dinheiro ia ao comércio para comprá-la para fazer doação?

3ª) Esta foi a frase mais utilizada naquela lavagem cerebral midiática: os transgênicos exigem menos aplicações de venenos (esta última palavra, no entanto, ficava oculta, não era dita). O que não falavam era que as aplicações eram em menor número visto que os transgênicos aceitavam o veneno mais concentrado do que as outras sementes.

Quando é para fazer a cabeça da população a mídia se posta com ares de mega especialista. Não há tema que eles não dominam mais e melhor do que nós outros, a população alvo da sua lavagem cerebral. Mas, quando a zebra aparece, esses mega especialistas viram meros jornalistas, lavam as mãos, dão de ombros,... “ouvimos as duas partes”,... mas, não tomam mais partido.

         Por quê?

         Por que será?

                   Falta de cachê?

                   Ou o que é?

Há 20 anos quando foi para convencerem a população sobre os benefícios das privatizações da telefonia, da energia elétrica, das rodovias, etc. o que mais ouvíamos era que o Brasil precisava de dinheiro para gerar empregos, investir na saúde, na segurança, nas rodovias e na educação, e não tinha este dinheiro e nem como tomar emprestado, logo, tinha que privatizar.

         Depois de quase tudo de interessante privatizado, a segurança, o desemprego, a saúde, a educação,... tudo, tudo, continuou igual como dantes.

         E os mega especialistas da grande mídia, absolutamente silentes sobre o tema.

         No final dos anos 90 veio a panaceia que salvaria os clubes profissionais do futebol: as tais parcerias com as empresas de marquetim esportivo. Corria a CPI do futebol... E lá pelas tantas um deputado federal sugeriu que a Receita Federal fizesse uma auditoria nos clubes que tinham tais parcerias e nas parceiras também. Foi um piscar de olhos e as parceiras debandaram, deixando o pepino para os clubes.

         E nossos mega especialistas da grande mídia, como de costume, num silêncio sepulcral.

         Mais recentemente todo dia, toda hora, era ligar um rádio, uma tevê, e lá estava o assunto impostômetro. Qualquer pessoa medianamente informada sabe que historicamente um percentual expressivo de impostos cobrados junto à venda de produtos e serviços não é recolhida ao erário. O que, face à não ‘autorização’ para execução dos grandes sonegadores, faz os governos criarem novos tributos. Há quanto tempo ouvimos falar em paraísos fiscais?

         Pouco antes do início da última copa do mundo de futebol, falou-se um pouco mais sobre um outro dispositivo: o sonegômetro. Desde então não ouvi mais nenhuma fala na mídia sobre os tais impostômetros. Só coincidência???

         Agora, mais recentemente, ouve-se aqui e ali, meio a boca pequena, que os tais dos transgênicos já não estão mais compensando, pois as aplicações de venenos são quase na mesma quantidade das feitas sobre as plantações convencionais.

         Aí nossos mega especialistas, como de praxe, tiram o deles da reta!!!!!!!!!!

         E ainda há quem confia neles, quem vota neles, quem repete e aceita tudo que da boca deles vem.

         Triste sina de um povo que está nas mãos de gente dessa mega falta de vergonha na fuça.