quarta-feira, 13 de agosto de 2014

DENSIDADE DEMOGRÁFICA I



Os perigos da concentração de seres humanos em volta das grandes cidades

Experiência realizada há aproximadamente 15 anos com ratos, s.m.j., no Canadá, mostrou, e o objetivo era checar isso, o quanto a concentração intensiva de pessoas num espaço interfere no estado emocional das mesmas.
         O experimento consistiu basicamente no seguinte:
         - Um casal de ratos foi colocado numa caixa dentro da qual não tinha como sair e foi sendo alimentado. Os ratos são muito fecundos, têm grande proliferação em pouco tempo. Assim, rapidamente, a caixa estava com superpopulação destes roedores. Na medida que a densidade populacional dentro daquela caixa foi crescendo, os ratos começaram a mostrar os primeiros sinais de nervosismo, de estresse. Num segundo passo tornaram-se mais agressivos, para, logo a seguir, ficarem violentos e passarem à antropofagia. Isto é, passaram a se entredevorar.
         No Brasil nos últimos 50 anos – e foi uma das mais destacadas obras da ditadura implantada em 1964 – a população foi retirada do campo com mirabolantes promessas nas cidades. Empregos e salários garantidos, contra o resultado incerto da safra agrícola.
         Tudo que era visado com tais falácias, embora ocultado e negado, era a concentração de fartura de mão de obra para atender, com salários vis, às necessidades das grandes empresas, notadamente indústrias estrangeiras que aqui se instalariam com generosos benefícios dos cofres públicos. Assim foram sendo criados e engordados os cinturões de miséria à volta das já existentes metrópoles e de outras grandes cidades.
         Não havia a menor preocupação com a poluição do ar, da água, da terra, das pessoas, ... sob as barbas dos enérgicos e corajosos militares, que diante dos ditadores econômicos viraram meros espectadores da desgraça alheia e sua também.
         Tínhamos um sem par de nascidos anencéfalos. O que tempos depois foi constatado e divulgado como sendo, de fato, fruto da poluição sem controle.
         Nesse contexto foram crescendo em número, em população e em densidade demográfica as vilas populares, os conjuntos habitacionais das Cohab e as favelas ao redor das metrópoles, das cidades de médio porte e, por fim, de todas as áreas urbanas. Primeiramente por gente tirada com a propaganda enganosa do campo e das cidades menores, depois com as proles deles. Tudo em prol da fartura de mão de obra abundante e ociosa, e por isto disposta a trabalhar por qualquer migalha. Inclusive, sujeitando-se ao trabalho semiescravo e escravo.
         Assim, esses brasileiros iludidos, também tendo cada vez menor espaço para se moverem, foram se transformando de excluídos pela ditadura econômica em perturbados emocionais, daí em dependentes do álcool, depois dependentes das chamadas drogas ilícitas, em trabalhadores do tráfico, ... em brigões, em violentos, em criminosos, ...
         Acrescente-se a isto a violência mostrada pela televisão desde a programação infantil. São desenhos animados fartos de violência, de “bullying”; são filmes e novelas repletos de violência, de brigas, assédio sexual, físico e moral, de crimes, de contravenções, de desrespeito entre as pessoas e às leis, etc. e etc.  
         Enganam-se todos aqueles que creem que a violência seja passível de eliminação ou, na pior das hipóteses, de significativa mitigação, atenuação.
         Mantidos os princípios – e que princípios! – em meio aos quais vivemos, onde as pessoas são tratadas tão-somente como objetos que dão lucro e onde a mídia tem total liberdade de mostrar tudo aquilo que convém aos interesses da ditadura econômica em nome da qual fala, sem nenhum controle, sem nenhuma preocupação com a repercussão do que veicula, desculpem, a violência e a criminalidade não cessarão. Contrate-se mais e mais policiais, construa-se mais e mais presídios, aparelhe-se mais e melhor o aparato repressor, investigativo e julgador, aplique-se mais e maiores penalidades, a violência e a criminalidade, no máximo, darão tímidos passinhos para trás.
         Para efetivamente reduzirmos a violência e a criminalidade há que, urgentemente, mudar-se e mudar-se radicalmente toda a estrutura político-econômica, educacional e midiática.

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