domingo, 2 de janeiro de 2011

RECADO DO GPE AOS GOVERNANTES

Em lugar algum, seja em sala de aula, seja na grande mídia, ouvi ou li qualquer professor de economia ou economista falar na possibilidade do PLENO EMPREGO.

Não estou afirmando que ninguém defende a possibilidade do Pleno Emprego. Eu, porém, nunca ouvi algum professor de economia ou economista cogitar dessa viabilidade, pelo contrário, unanimemente, pregam a utopia do Pleno Emprego.

O máximo que eu ouvi de um professor em sala de aula, casualmente não era um professor de economia, foi que para a indústria era mais vantajoso empregar menos gente, produzir menos e cobrar mais caro pelos seus produtos. Esta é a realidade do desenvolvimento que interessa às elites e que elas fazem apresentar aos eleitores.

Os professores de economia, quando instados do porquê da propalada utopia do Pleno Emprego, elencavam inúmeras razões mas, jamais ouvi de um deles, sequer, que as causas eram os interesses dos poderosos.

Apenas no que concerne à riqueza e pobreza ouvi um professor de economia, em programa de tevê, falar que para os pobres poderem melhorar sua situação, os ricos teriam que abrir mão de alguma coisa porém, como estes tinham (e continuam tendo) o poder nas mãos tal era impossível, pois jamais admitiriam perder qualquer coisa.

O atual grupo que está no Poder Central do Brasil criou mecanismos que propiciaram a geração de empregos além daquilo que a classe dominante entende como aceitável. Prova disto é o salário mínimo em torno do qual, historicamente, havia pleitos para que fosse elevado a 100 dólares. Hoje está em torno de 300 dólares. Tal somente foi possível porque houve geração de novos empregos bem acima daquilo que tradicionalmente ocorria. Não foi por benevolência de ninguém.

Durante a recente campanha eleitoral deu para ter uma ideia do quanto a classe dominante economica e politicamente está incomodada com essa situação.

Lembro que, na história recente do Brasil, no primeiro semestre de 1992 houve geração significativa de novos empregos, isso não pode ter continuidade pois o então Presidente Collor pouco depois foi tirado do poder. Havia razões para tanto? Com certeza havia porém, penso viável considerar a hipótese da geração de empregos além do permitido pelo Grande Poder Econômico - GPE como uma das causas, talvez a gota d’água da sua queda...

Em matéria do caderno Dinheiro do jornal Zero Hora de Porto Alegre, do dia 19 último, era enfocado o baixo nível de desemprego na região metropolitana desta cidade. Em dado momento o texto dizia “...está no limiar estatístico do pleno emprego.”

Considerando a linha ideológica deste jornal, como de resto de toda grande mídia, não me parece difícil ver neste texto uma espécie de recado dos donos do GPE, a classe economica e politicamente dominante, ao futuro (atual) Governo.

O que isto pode significar?

Temo que, caso o Governo Federal insista em mecanismos que facultam a criação de novos empregos, contrariando aos interesses dos poderosos, estes poderão colocar alguma pedrinha no caminho da atual Presidenta, a exemplo do que foi feito em 2005 quando havia na grande mídia propaganda do Governo Federal que incitava a população à educação e ao respeito uns com os outros. Foi, entre outros, este um dos motivos da veiculação e todos os desdobramentos do caso Mensalão, haja vista que, tão-logo aquela peça publicitária foi tirada do ar, a CPI do Mensalão e todo alarido da oposição acabaram. Viraram pizza!

Tomara que a Presidenta Dilma tenha a coragem e a determinação necessárias para, continuadamente, criar cada vez mais novas oportunidades de trabalho, pois este é o único caminho que levará de modo consistente ao desenvolvimento de toda população do nosso país (como de qualquer país) e, por conseguinte, ao desenvolvimento do país.

Saúde e felicidade.

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