domingo, 29 de agosto de 2010

O ALCANCE DAS CRÍTICAS numa aldeia global

Costumamos criticar a tudo e a todos, do vizinho ao professor, do síndico ao governador, do padre ao feirante, do soldado ao presidente...

Quantos dentre nós, realmente, têm moral, pelo menos, para fazer a maioria das críticas?

Criticamos a prefeitura porque não recolhe o lixo que colocamos na calçada, nem sempre nas horas e dias de recolhimento. Podemos até estar com razão.

Criticamos os motoristas que dirigem embriagados e em excesso de velocidade. E estamos com total razão, pois não respeitam o bom senso e nem a legislação pertinente.

Criticamos os políticos que prometem o paraíso quando pedem nosso voto e dão desculpas quando, no poder, não cumprem a palavra. Outra vez estamos cobertos de razão.

Agora, atentem para o seguinte: a mídia está mostrando a todo instante, nas últimas semanas, as queimadas no Brasil, especialmente, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste.

Assisti entrevistas de dois bombeiros, um do RJ e o outro do MS, smj. Ambos disseram a mesma coisa: tais incêndios, em geral, começam com pequenas queimadas feitas nos quintais de casa. As pessoas queimam lixo e restos vegetais, muitas vezes, conforme observações minhas, em meio à vegetação seca e construções, muitas de madeira e sem se preocuparem se está ventando ou não. Isto é, as pessoas que fazem tais queimadas, além de demonstrarem não terem o devido conhecimento sobre o lixo e os restos vegetais, que podem adubar a terra, mostram um total desrespeito à natureza, aos vizinhos e à legislação. Sim, as leis brasileiras proíbem as queimadas, mesmo essas feitas em quintais e que, segundo bombeiros, são as causas principais das grandes queimadas que estão assolando o Brasil.

Moramos no extremo sul da Região Metropolitana de Porto Alegre, chegando na Lagoa dos Patos. Aqui coletamos a água da chuva para aproveitá-la de diversas formas: dar para os bichos, lavar roupa, limpeza, descarga sanitária, regar plantas,...

Estamos a mais de mil e quinhentos quilômetros das principais queimadas, porém, estamos no prejuízo, pois a água da chuva que tem caído nos últimos dias está preta, vê-se no fundo dos reservatórios a fuligem. Para atendermos às necessidades de água somos obrigados bombear água do poço, gastando energia elétrica, explorando, desnecessariamente, a natureza. Mas as plantas da horta são afetadas com a chuva ácida. Quem vai pagar o prejuízo?

Digamos que os produtores de hortigranjeiros venham a ter diminuída a produção e, consequentemente, aumentem os preços, quem arcará com o gasto a maior que os consumidores terão?

Eu sei, o Poder Público falha na fiscalização da legislação pertinente às queimadas, como falha na fiscalização de tantas outras leis.

Mas, sei também, que eu e muitas outras pessoas não precisamos de legislação e nem de fiscalização para não cometermos tais abusos e inconvenientes. Eu, por exemplo, nunca dirigi bêbado, aliás, nunca estive bêbado, nem antes e nem depois da chamada lei seca.

Até onde os críticos de tudo e de todos têm, verdadeiramente, razão nas suas críticas?

Até onde, quem não respeita às leis, pode jactar-se do direito de criticar, quem quer que seja?

Como vamos sonhar com uma sociedade sem violência, sem criminalidade, sem abusos contra pessoas e contra a natureza, como vamos desejar um mundo onde as pessoas possam fazer a diferença positiva, independentemente, daquilo que a casta dirigente fizer? Como vamos querer políticos corretos, se nós, no que nos compete e guardadas as devidas proporções, não agimos melhor?

Pensem nisto antes de criticarem seus filhos, seus pais, seus vizinhos, seus professores, seus colegas e chefes, seus compatriotas, o síndico do seu condomínio, os dirigentes do seu clube, os funcionários privados e públicos, os empresários, os políticos,... ou não restará outra alternativa que entreolhar-nos e um dizer ao outro: eu sou igual a você.

Saúde e felicidade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É POR DEBAIXO DOS PANOS QUE TUDO ACONTECE

Como canta Ney Matogrosso, é por debaixo dos panos que as coisas acontecem.

Já pensaram quanto custaria uma consulta médica particular, caso a Saúde Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria o seguro contra roubo de automóvel, caso a Segurança Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria a mensalidade da escola particular, caso a Escola Pública funcionasse a contento?

Já pensaram quanto custaria o pedágio nas rodovias privatizadas, caso o Poder Público nos desse vias alternativas de razoável qualidade?

Isso tudo com que convivemos não é obra APENAS desse ou daquele político, desse ou daquele partido ou desse ou daquele governo (ou governante).

Isso vem desde SEMPRE e é essa situação que tem se mantido imutável, independentemente, de pessoa ou facção política que ocupa o governo, que leva, inequivocamente, a buscarmos as causas dos DEFICIENTES SERVIÇOS PÚBLICOS fora da esfera, meramente, governamental.

Um exemplo disso é o que está em jornais, no dia de hoje, a respeito de um município catarinense: DEZ (10) pessoas sonegadoras de IPTU devem mais de DOZE (12) MILHÕES ao Erário Municipal. Certamente, não são pessoas que residem em bairros operários e nem pequenos e médios empresários.

É por isso que a mídia nos diz, rotineira e sistematicamente, que através do voto nós vamos aprimorar a democracia (que demagogia!) e que precisamos votar no melhor candidato, procurar nos informar sobre a sua vida pregressa e acompanhar sua vida parlamentar (e a de executivo?).

O que a mídia não pode dizer (igual às pessoas que nunca sabem nada para informar à polícia sobre crimes que viram) é a verdade, pois ela depende das pessoas influentes que fazem do erário público, do dinheiro do contribuinte, uma extensão do seu e bem mais extensa do que o seu dinheiro original e inicial.

Ao invés de pesquisarmos apenas a vida pregressa de cada candidato, por que não vamos também pesquisar a vida pregressa e a origem real das fortunas daqueles que sempre estiveram dando as cartas na esfera política, judiciária e econômica? E que são os mesmos que patrocinam a mídia e as campanhas eleitorais.

Já pensaram quanto o(s) particular(es) envolvido(s) com o juiz Lalau levou(aram)? Se o juiz levou quase 200 milhões, por certo, o(s) beneficiado(s) privado(s) ganhou muito mais.

Observem os valores anunciados, oficialmente, de qualquer obra pública, em qualquer governo, independentemente, do partido que esteja no poder. Depois façam um orçamento, provavelmente, verão que as mesmas podem custar muito menos, serem bem mais baratas, logo, daria para fazer mais e melhores obras com o mesmo dinheiro.

Recentemente foi mostrada na televisão uma escola pública construída no interior do RS que, após meio ano de funcionamento, estava toda escorada para não cair e foi interditada.

Vejamos, a reforma do Maracanã, que reduzirá sua lotação para menos de 50 mil pessoas, para a Copa de 2014, custará quase 800 milhões de reais, conforme divulgado... por enquanto.

A construção da Arena do Grêmio de Porto Alegre é anunciada por cerca de 400 milhões de reais, para mais de 50 mil torcedores.

A reforma do Beira Rio, do Inter, fora anunciada por 80 milhões de reais, mas quando surgiram informações que o Governo Federal decretaria isenções, passou a ser divulgado um montante de 130 milhões de reais.

Não parece que há algo errado nessas contas?

Onde tem particular construindo com dinheiro público, direto ou com isenções tributárias, tudo parece ser mais caro do que onde tem particular construindo com dinheiro particular e sem isenções.

Parece-me tudo tão estranho, ou eu estou equivocado?

Contudo, se pegarmos apenas o que é divulgado e pararmos para analisar, facilmente, veremos, enxergaremos e detectaremos que algo há, por debaixo dos panos que guardam os cofres públicos, que não pode aparecer, que não pode ser divulgado. Por que será?

Saúde e felicidade.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ELEIÇÕES: vote no melhor candidato!

Após longos anos de observações e estudos conclui que o problema da política e da economia não está nos políticos em si, mas, sim, no sistema político-econômico, que funciona do modo que conhecemos, com todas as penúrias que, rotineiramente, vemos e sentimos. O funcionamento da economia brasileira, em particular, e a do mundo, em geral, visam beneficiar a poucas pessoas. Tem por meta dar todo conforto e luxo, que representa poder, no sentido mais amplo, àqueles que estão no topo, não ao natural e nem por casualidade, da pirâmide social.
Nesse contexto, a própria pessoa de bem, com todas as boas intenções do mundo, que se aventurar na política e obtiver êxito em eleições, acabará refém do sistema. Como disse há 30 anos um conhecido homem público gaúcho: entra honesto, mas, lá, ou se vende ou sobra. Ou podemos comparar o que disse o ex-deputado Lula (chamou seus pares da Câmara Federal de 300 picaretas) com as denúncias contra o seu governo. Basta atentarmos às denúncias apresentadas na e pela mídia: sempre há empresas privadas e pessoas particulares levando vantagens em toda pilantragem que ocorre no setor público, ou seja, os políticos estão lá para beneficiarem a população do topo da pirâmide, não a base, nem a todos, e de sobra, é óbvio, levam o deles.
Por isso que eu venho sustentando que, DE FATO, o mundo está sob sistema político-econômico PLUTOCRÁTICO, nem de longe democrático, como diz a lavagem cerebral levada a efeito diariamente.
(No alto à direita do blogue há definições de cada sistema.)
Dito isso vou fazer uma alegoria no que concerne à propaganda direta e indireta que diz que devemos votar no melhor candidato.
Todos já vimos e conhecemos aqueles automóveis velhos e mal conservados que só pegam no tranco.
O cidadão, depois de muito empurrar sua lata velha, junta uns trocados e vai ao mecânico, e este dá a receita, o veredito: é preciso RENOVAR a lataria.
O cidadão aceita.
Lataria renovada e ... para o carro pegar ... tudo continua como antes: só no tranco.
Nova visita ao mecânico e nova receita: ESCOLHER O MELHOR motorista.
Conversa vai, conversa vem e, num passe de mágica, aparece, redivivo, Airton Senna, assume o volante mas, ... pegar só no tranco ...
Enquanto o sistema político-econômico continuar com a sua implacável PERVERSIDADE, continuará, também, a engolir todo ser humano de bem que se aventurar a entrar na política. Acreditem ou não, porém, esta é a grande verdade.
De nada adiantará renovar a lataria e colocar o melhor motorista, se o motor não for REFORMADO.
Da mesma forma, de nada adiantará modificação na legislação eleitoral, se o FUNCIONAMENTO da ECONOMIA não for reformado, de modo que, DE FATO, o Brasil e o mundo venham a ser DEMOCRÁTICOS para TODA A POPULAÇÃO, já que democracia apenas para alguns é a mais atroz escravidão.
Saúde e felicidade.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ACIDENTES DE TRÂNSITO OU PENA DE MORTE INSTITUCIONALIZADA?

Todas as segundas-feiras deparamo-nos com a divulgação de mortes produzidas, em escala homérica, no final de semana pelo trânsito.

O repetir do fato e a inoperância lúcida e efetiva do Estado causam profunda estranheza em mim.

Ao que consta cabe ao Poder Público ditar leis e fiscalizar o seu cumprimento. Cabe também ao Poder Público zelar pelo bem-estar de toda a população.

Ao que consta os ocupantes de cargos públicos têm a obrigação moral da HONESTIDADE e da SINCERIDADE.

Tanto quanto eu sei no Brasil não temos instituída, legalmente, a pena de morte, mas na prática...

Por que, então, permite-se que tantos morram nas filas da saúde, em acidentes de trabalho e de trânsito? Sem falar daqueles que morrem fruto dos negócios do submundo, especialmente, os envolvidos com drogas.

A questão do TRÂNSITO é muito clara: o código de trânsito que obriga que seja feita a divulgação de onde haverá fiscalização, mostra-se do lado dos infratores, logo, é uma FARSA... faça o que digo, mas não o que faço.. logo, FALSO! Tão falso quanto a legislação que diz que todos os brasileiros tem os mesmos direitos.

Aí eu pergunto: meros acidentes ou a pena de morte institucionalizada?

Os números assustadores que o trânsito nos mostra, seguramente, seriam facilmente reduzíveis com algumas medidas banais, como, por exemplo, maior rigor na concessão da CNH e fiscalização efetiva nas vias públicas. Viaturas rodando nas estradas, 24 horas por dia, com policiais preparados e bem equipados/armados, reduziriam os acidentes e, de sobra, dificultariam a circulação de drogas, contrabando em geral e, em especial, de armas, bem como assaltos de toda natureza. Haveria um obstáculo para o deslocamento de assaltantes de bancos para pequenas e desguarnecidas comunidades. E o custo disso, muito provavelmente, não seria maior - talvez até menor - do que custam as operações de combate, midiático, à criminalidade.

Todos que concordarem e desejarem divulgar este texto têm, plena e total, liberdade para fazê-lo.

Saúde e felicidade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DROGAS: traficante ou usuário, quem nasceu primeiro?

O traficante não produz o usuário de drogas mas, sim, surge em função deste.

O traficante de drogas é como o supermercadista, sem consumidores, simplesmente, não existe.

O usuário de drogas, com ou sem traficantes, dará um jeito de encontrar o seu lenitivo, aliás, ao que consta, a primeira droga que é experimentada e social e legalmente aceita, a despeito de todas as consequências devastadoras que produz, é o álcool.

Recordemos o que aconteceu na antiga União Soviética, em seus últimos anos: proibiram a vodca, e os consumidores passaram a fabricá-la clandestinamente e sem maiores cuidados, o que provocou muitas mortes por intoxicação, o que fez o Governo liberá-la novamente.

Seguramente seria mais barato para o Erário Público cuidar da saúde mental da população do que, ciclicamente, investir, midiaticamente, no combate ao tráfico de entorpecentes. O que todo mundo já viu e sabe que não reduz o consumo.

Parece-me que isto é apenas mais uma forma que o Poder Público usa para jogar areia nos nossos olhos: faz de conta que faz, contudo, não faz o que deveria DE FATO fazer, que é cuidar da SAÚDE MENTAL das pessoas. Também pudera, se sequer cuidam dignamente da saúde física!