sábado, 16 de abril de 2011

DESEMPREGO E ENGARRAFAMENTO DO TRÂNSITO: causa e consequência da acumulação de riqueza

O que, em princípio, uma coisa tem a ver com a outra?

Tudo, absolutamente, tudo.

Desemprego, causa: graças à concentração de grandes geradores de empregos, como gigantescas indústrias, à volta das cidades, tivemos, ao longo do tempo, grande migração de pessoas para tais locais. Isto resultou em fartura de mão de obra ociosa, desemprego, consequentemente, salários indignamente baixos. Como os salários pagos ao operariado, na média, ficam na casa de 1% do preço de venda ao consumidor dos produtos por ele elaborados, temos os abusivos e exorbitantes ganhos, em especial, do grande empresariado.

Trânsito caótico, consequência: como a especulação imobiliária acabou zoneando as cidades de acordo com seus interesses, estabeleceu-se a necessidade de milhares e até milhões de pessoas terem que se deslocar a toda hora e em todas as direções das mesmas. A partir daí foi se construindo um trânsito cada vez mais intenso e caótico de veículos motorizados.

Se a gestão pública fosse para o bem de todos, ao longo do tempo, ela teria agido no sentido de que os geradores de empregos fossem instalados próximos de onde moram as pessoas, evitando, deste modo, as migrações de enormes levas de pessoas, principalmente, para as cidades grandes, onde buscam oportunidades de trabalho. É sabido que nem todos que acorreram às cidades grandes conseguem a sua chance de trabalho. Assim, sempre há muito mais gente disponível do que as oportunidades de trabalho existentes, do que resultam os baixos salários e os altos ganhos empresariais.

Como o Estado sempre agiu em benefício de práticas benéficas ao grande capital, nunca pode gerenciar a economia de modo a beneficiar a todos, consequentemente, entre outras, sempre permitiu os deslocamentos quilométricos de milhares e milhões de trabalhadores para chegarem ao seu emprego.

Isto é a principal causa dos congestionamentos das vias públicas. O que causa o engarrafamento do trânsito é, principalmente, o deslocamento das pessoas.

Com as cidades brasileiras atuais, com suas populações de empregados e desempregados, com suas empresas e órgãos públicos situados onde estão e com seus trânsitos caóticos, uma gestão pública que gerenciasse o mercado de trabalho de modo que as pessoas trabalhassem o mais perto de suas casas, com certeza, conseguiria dar uma bela melhorada no trânsito de veículos motorizados, pois, como já frisamos, grande parte dos veículos circula porque as pessoas precisam se deslocar ao trabalho e deste para casa.

Se a gestão pública regulasse o estabelecimento das empresas e seus horários de funcionamento de modo que os diferentes setores da economia cobrissem cada cidade de forma a evitar grandes deslocamentos dos consumidores, seguramente, isto também ajudaria a reduzir o engarrafamento das vias públicas.

Porém, como o Estado está a serviço do Grande Poder Econômico, não pode estabelecer normas, e fazê-las cumprir, que causem a mínima redução dos ganhos dos poderosos. Desta forma, vamos continuar, tempo afora, convivendo com o trânsito caótico e com a mídia veiculando o fato.

Súde e felicidade.

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