domingo, 27 de fevereiro de 2011

CONSÓRCIO OU POUPANÇA?

O consórcio é uma espécie de poupança, embora sem a liberdade desta e direcionada, com uma determinada finalidade.

Economia alguma é forte e consistente sem que haja grande e continuada poupança popular.

Quando o Japão era o queridinho do capitalismo internacional sua poupança interna média era ao redor de 70 mil dólares por habitante.

Parece-me que consórcio é daquelas coisas modernas e chiques, ao passo que caderneta de poupança é algo antigo, démodé.

No consórcio se paga para poupar.

Na poupança tem-se uma pequenina remuneração, além de atualização monetária.

No consórcio, caso você se aperte e não consiga pagar uma prestação em dia, você pagará acréscimos.

Na poupança, caso você não tiver grana para depositar, você apenas deixará de aumentar o seu saldo.

No consórcio você assume obrigações que, no caso de não conseguir honrá-las, no mínimo, você terá alguns incômodos e gastos extras com juro de mora, p.ex.

Na poupança você tem plena liberdade de depositar quando e quanto você puder ou desejar.

No consórcio, para você parar de pagar, há algumas formalidades e ônus.

Na poupança, parando de depositar, seu saldo apenas deixará de aumentar.

No consórcio, caso você necessite do dinheiro, digamos por uma emergência tipo força maior, você não pode contar com o mesmo...há formalidades e demanda de tempo para levantar a grana.

Na poupança, é só esperar o banco abrir as portas e sacar a quantia que você desejar ou necessitar. No máximo perderá o rendimento de 29 dias.

O consórcio por ser uma forma societária necessita regramentos, logo, os participantes, os consorciados, estão sob o jugo de direitos e obrigações frente aos demais participantes de cada grupo. Se um deixar de cumprir suas obrigações, os demais arcam com as consequências.

A poupança é a expressão da liberdade e da liquidez quase imediata, apenas limitada ao horário de expediente do setor bancário.

O consórcio aproveita-se das pessoas que não têm o suficiente autocontrole financeiro e, por isto, sentem-se na contingência de não terem pleno domínio sobre o seu próprio dinheiro...dinheiro na mão é vendaval... Tais pessoas preferem pagar para outrem cuidar da sua grana e não permitir que a gaste livremente.

A poupança é para pessoas que têm autocontrole suficiente para não gastarem à toa o seu dinheiro. A poupança não cobra para cuidar do nosso dinheiro e nos disponibiliza o mesmo a qualquer hora.

O consórcio é muito mais obrigação do que direito e vantagens. Apenas os primeiros contemplados obtêm vantagens, comparativamente, a financiamentos. Para os demais é um financiamento pago antes de ter o bem.

A poupança, embora tenha regramento, é muito mais vantajosa. A poupança é para pessoas que gostam de usufruir plena liberdade sobre o seu dinheiro.

Adquira autocontrole sobre a sua vida. Doutrine-se! Convença-se que você pode cuidar do seu dinheiro sem desperdiçá-lo. Mas, se você não conseguí-lo...continue pagando a terceiros para administrarem-no.

Saúde e felicidade.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A TELEVISÃO NA ÓTICA DE UM PSICANALISTA

Vejamos o que diz Alexander Lowen, psicanalista norte-americano, a respeito da televisão na obra Narcisismo:

...a ligação entre perda de vivacidade e fascínio com as imagens é bastante evidente em nosso envolvimento com a televisão e o vídeo. Todos sabemos que a superexposição à televisão tem um efeito depressivo sobre a vivacidade do corpo. Embora sejamos constantemente estimulados por imagens, não temos um modo de descarregar a excitação. Tenho ouvido numerosas pessoas queixarem-se de que, quando viam televisão várias horas seguidas, sentiam-se mais cansadas do que antes. Isso explica o efeito hipnótico que a pequena tela possui. Quando começamos a ver um programa, continuamos vendo-o quase contra a nossa vontade, e poderemos ver um programa após outro. Tendo-nos rendido à passividade de espectadores, não tardamos em perder a energia para reatar a nossa vida ativa. Esse processo de amortecimento faz com que nos voltemos para a tevê por causa de sua estimulação, o que, evidentemente, cria um círculo vicioso: a perda de vivacidade leva a uma necessidade de estimulação que, por sua vez, produz mais amortecimento.

O doutor Lowen continua:

...existem alguns aspectos positivos na televisão. Todos temos desfrutado de alguns excelentes programas, fato que aumenta a nossa esperança de que toda vez que ligarmos o aparelho algo excitante será apresentado. Embora uma programação boa seja rara, a sedução do espectador é permanente. Independentemente da qualidade do programa, as pessoas estão presas à televisão.

Saúde e felicidade.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

TV ABERTA GRÁTIS! Será mesmo?

Volta e meia os concessionários dos canais de televisão do Brasil veiculam peças publicitárias em que afirmam que a tevê aberta é grátis.

Não bastassem todas as veiculações contrárias à ética e à moral que visam apenas atender a interesses econômicos escusos, ainda temos que assistir a mais esta deslavada mentira?

Qualquer empresa inclui no preço de venda de seus produtos os valores gastos com propaganda. Como a tevê tem suas receitas oriundas da publicidade que veicula, afirmar que a televisão aberta é grátis, no mínimo, é considerar todo o público expectador ignorante (não devem ter aprendido que não se engana a todo mundo o tempo todo). Na realidade quem banca todo aparato da televisão são os consumidores de qualquer produto que tem propaganda na mesma, independentemente, de assistir mais ou menos ou nem assistir tevê. Ou seja, até quem não tem aparelho de tevê pode estar pagando pela sua programação. Mais ou menos como pagar ingresso para o cinema e não entrar na sala de exibição.

Por essas e outras pergunto: como acreditar num meio de comunicação, que mente tão descaradamente quanto à gratuidade da sua programação para o expectador, quando fala, por exemplo, da elevada carga tributária do país?

Como acreditar nesse meio de comunicação quando, por exemplo, apresenta alguma reportagem investigativa? Ou quando fala mal de determinado produto/empresa – sempre ou quase sempre não anunciante.

A bem da verdade, diariamente, a tevê mostra suas contradições que, se propositais, mostram realmente o quanto a televisão brasileira não é merecedora de crédito, de confiança,...

Em tom jocoso e/ou irônico dá para dizer que a televisão brasileira ensina "gratuitamente" várias coisas, como por exemplo:
- trair, mentir, trapacear, consumir bebida alcoólica, desrespeitar as leis, em especial as de trânsito, praticar violência de toda ordem e desde bebezinho, e por ai afora.

É lamentável que veículos como a tevê e o rádio estejam a serviço do mal e não do bem. Caso fossem utilizados para beneficiar a sociedade como um todo, quantas coisas do nosso dia a dia seriam muito melhores!

Saúde e felicidade.