quinta-feira, 25 de novembro de 2010

GRANDE, TUDO GRANDE. MUITO GRANDE!

Vivemos numa sociedade em que o Grande é bacana, sinal de progresso, de capacidade indiscutível; é chique e moderno!

Grandes cidades
Grandes indústrias
Grandes hospitais
Grandes colégios
Grandes lojas
Grandes empreiteiras
Grandes bancos
Grandes laboratórios
Grandes clínicas
Grandes espetáculos
Grande concentração e acumulação de renda.

Por trás disto está:

Grande sede de poder [(econômico) e (corrupção)]
Grande sede de luxo e ostentação
Grande desejo de ser o melhor
Grande desejo de ser moderno.

Estamos num mundo em que se consideram as pessoas pela riqueza, pela fortuna acumulada. Nem ligamos como isso aconteceu, afinal, a riqueza obtida justifica os meios utilizados e cala as pessoas. O resultado não poderia ser outro:

GRANDE MISÉRIA HUMANA.

Por traz disso, como resultado e como causa a realimentar a engrenagem, temos:

Grande desigualdade e discriminação
Grande exclusão
Grande desemprego e desalento
Grande violência e criminalidade
Grande insegurança
Grande desespero e ansiedade e depressão
Grande consumo de drogas, principalmente, álcool
Grande e progressiva insanidade geral da humanidade.

E, para encerrar com chaves de ouro:

Grande impunidade (para os ricos) e

Grandes presídios (para os pobres).

Saúde e felicidade.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SEMEANDO DIVERGÊNCIAS

O ser humano, como regra, é movido a motivações e interesses. É algo natural e perfeitamente compreensível e aceitável.

Não podemos, no entanto, ignorar o conjunto de interesses antagônicos, estimulados ou não, e as manipulações feitas, normalmente pelos poderosos, para impor determinada condição que beneficiará os seus interesses.

No Brasil, em particular, quando as grandes empresas, especialmente, as multinacionais, começaram a se instalar ao redor das cidades, foi veiculada farta propaganda estimulando o êxodo rural, isto é, a ida dos colonos (pequenos e, normalmente, sem perspectivas no campo) para as cidades.

Fácil de entender: tais corporações precisavam de mão de obra. Ela já existia de sobra nas cidades. Mas, era necessária fartura de mão de obra, só assim haveria grande excedente. Grande excedente de qualquer mercadoria, inevitavelmente, reduz significativamente seu preço. Com a mão de obra não é diferente. Grande excedente de mão de obra é igual a grande desemprego, o que resulta em baixíssimos salários.

À época era comum ouvir-se colonos dizendo que era melhor um salário-mínimo na cidade do que uma safra duvidosa.

Esta é uma das grandes ou a principal causa do rápido crescimento das favelas nos últimos 50 anos no Brasil.

Bem, essa manipulação visava pagar salários vis, com o claro propósito de concentrar e acumular riqueza nas mãos de pouquíssimos, os mesmos de sempre: os donos do Grande Poder Econômico – GPE.

Esses que manipulam a sociedade toda e impõem, via poder público (políticos e altos funcionários públicos), a sua ideologia, os seus interesses, com leis que lhes são favoráveis e que condenam a população, em geral e sem influências, à mera subserviência.

Hoje é voz corrente que o Brasil precisa investir pesado em educação.

Não discordo disto, como regra geral, porém, não posso deixar de lembrar que neste novo lema está embutida a seguinte ideologia: jogar a culpa do desemprego, dos baixos salários e da miséria nos próprios desempregados, nos assalariados e nos excluídos do mercado. Só assim a verdadeira razão do desemprego e, consequentes, baixos salários e da miséria não vem à tona.

Há muito tempo que eu venho repetindo: caso todas as pessoas fossem PhD em tudo, ainda assim, teríamos, aproximadamente, o mesmo nível de desemprego existente nos tempos modernos no Brasil e no mundo.

A razão é muito simples: o GPE não pode prescindir do desemprego para manter a sua sanha de poder econômico e consequente acumulação de riqueza.

Como desejar que numa estrutura, num sistema assim, as pessoas comuns, fora do GPE, possam ter motivação e interesse suficientes para estudarem e se qualificarem conforme o novo lema recomenda?

Por traz dessa ausência de perspectivas temos os dados que as diferentes pesquisas revelam, como o crescente consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens, inclusive entre os estudantes, que cada vez mais cedo se tornam consumidores desta droga, e a violência, também crescente.

Por traz dessa ausência de perspectivas temos, cada vez mais, jovens, inclusive com formação universitária, envolvidos com crimes, seja de discriminação, tráfico de drogas, assaltos, etc.

O que o mundo e o Brasil precisam, realmente, é a criação de mecanismos que propiciem a todos o sagrado direito à oportunidade de trabalho, não necessariamente como empregado de outrem.

Por que isto não é feito?

Pela subserviência a que o poder público (legislativo, executivo e judiciário) é submetido pelo GPE.

Como isto não pode ser declarado, não pode aparecer, o caminho é semear a divergência, de todas as formas, entre as pessoas sem influências, utilizando todos os formadores de opinião (mídia, escolas, igrejas), para que a situação vigente e inteiramente favorável aos donos do GPE, se mantenha inalterada.

Saúde e felicidade.

sábado, 6 de novembro de 2010

OS VERDADEIROS BENEFICIADOS DO ASSISTENCIALISMO

Quem foram e quem são os grandes beneficiados de programas governamentais como tíquete-leite, vale-transporte, vale-gás e bolsa-família?
Imaginemos o que aconteceria se as pessoas adultas que integram as mais de doze milhões de famílias de brasileiros, atualmente dependentes do programa bolsa-família, tivessem um emprego digno, que lhes desse um sustento razoável... Por certo elas não passariam vergonha e horas em filas diversas para pegarem uma merrequinha mensalmente.
É fácil, pois, deduzir que vão atrás deste auxílio esmolar por absoluta necessidade, por total dependência.
Alguém poderá dizer que quanto maior a necessidade maior será o benefício advindo com qualquer ajuda.
Para efeito de raciocínio aceitamos esta premissa.
Porém, se todas as pessoas tivessem o sagrado direito à oportunidade de trabalhar, qual seria o valor do salário-mínimo?
Melhor,teríamos salário-mínimo estipulado em lei?
Como temos falado ao longo deste livro, uma vez mais, socorremo-nos da lei da oferta e procura para dizer: se todos tivessem oportunidade de trabalhar, os salários em geral seriam muito mais elevados. Salário-mínimo, o que é isso?
Numa situação como esta não é de duvidar que os políticos, para o bem comum dos amigos da Coroa, estabelecessem legalmente um salário-máximo para o trabalhador, evitando, assim, a queda do nível perdulário de consumo dos amigos e da própria Coroa.
Porém, pela lei da oferta e procura, sem manipulações e nem intervenções do governo, com toda a certeza, certeza absoluta, o salário-mínimo, bem como os demais salários, teriam um valor proporcionalmente muito maior se todos quantos são alcançados com o bolsa-família tivessem o sagrado direito à oportunidade de trabalhar.
Pagando salários dignos os ganhos dos magnatas e dos ricos seriam reduzidos a um bom salário da economia moderna e neoliberal. Assim, embora a mídia e os governos se empenhem em dizer que o Estado e o empresariado fazem de tudo para gerar milhões de novos empregos, os grandes beneficiados de programas como o bolsa-família, sem nenhuma sombra de dúvida, são os grandes empresários, que continuam a pagar subsalários e mantendo o seu ganho extraordinário com o suor dos trabalhadores.
Não é difícil imaginarmos o que aconteceria com o iate “Pelorus” do magnata Roman Abramovich e de tantos outros brinquedinhos luxuosos que eles têm para desfrutar e ostentar poder, se todos os seres humanos em condições de trabalhar, tivessem oportunidade de exercer alguma atividade produtiva, seja como empregados ou tendo o direito de ter o seu próprio negócio.
Nós não temos nenhuma dúvida que os magnatas e os ricos são os grandes beneficiados do bolsa-família e de outros tantos programas assistencialistas que o erário público já sustentou e sustenta atualmente.
O programa bolsa-família ao manter resignados milhões de excluídos beneficia os magnatas. Da mesma forma as exportações que dão generosos ganhos aos caciques do sistema espoliativo universal não garantem empregos para todos, mas geram muita falsa esperança, grande desigualdade e imensa infelicidade.
(texto retirado do meu livro "A Nova Cara da Escravidão: moderna e neoliberal")
Saúde e felicidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A PRIORIDADE DAS PRIORIDADES

É inquestionável que o ser humano desocupado, ainda que tenha as condições necessárias para a sua manutenção de modo digno, acaba buscando o que fazer.

O ser humano desocupado que não tem sequer o essencial para a sua subsistência, por óbvio, fará alguma coisa para não morrer à mingua. Assim, se ninguém lhe der trabalho, buscará os meios de sobrevivência através do roubo, do crime.

Logo, de nada adiantará a sociedade exigir e os governos construirem presídios que atendam toda a demanda, se mantivermos os mecanismos de estratificação da sociedade, onde, para que alguns pouquíssimos possam viver com todo luxo e requinte, muitos precisam ser excluídos, prioritariamente, do mercado de trabalho. O que os jogará no ócio e daí na criminalidade, como até mesmo autoridades policias, frequentemente, reconhecem e declaram nos meios de comunicação.

Por defender há muito tempo, inclusive tendo editado um livro a respeito, a necessidade premente de que os governos criem mecanismos para permitir a todos o sagrado direito ao trabalho, eu não poderia ter me omitido na recente eleição, pois, embora o governo Lula não tenha criado os 12 milhões de novos empregos prometidos na campanha de 2002, criou, nos dois mandatos oportunidades de trabalho como poucas vezes registrado na história brasileira.

Espero que a continuidade do atual grupo político no Governo Federal represente, efetivamente, a continuidade da política de geração de empregos acima do número de pessoas (jovens) que rotineiramente entram no mercado de trabalho, de modo a, progressivamente, também dar trabalho àqueles que estão desempregados/desocupados. Seja através da geração de novos empregos ou através da concessão de financiamentos a baixíssimo custo e orientações e acompanhamento adequados para que as pessoas que desejarem montar seu próprio negócio tenham o amparo e o apoio que, historicamente, as minorias influentes tiveram. Condições que transformaram estas minorias em pessoas ricas e sobejamente influentes, especialmente, na esfera político-jurídica.

Saúde e feliciade.